"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” Amyr Klink

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Abraçando o Sul Catarinense


Todo ano em novembro tenho um jantar de confraternização de um parceiro da minha empresa em Porto Alegre RS, sempre tento ir de moto aproveitando para conhecer um pouco mais desse nosso maravilhoso Sul do Brasil. Como ainda tinha algumas cidades da Mesorregião Sul Catarinense para visitar e completar o projeto Abraçando SC, lá fui eu...

Saí cedo, 6h na estrada, tempo bem legal (contrariando a previsão que era chuviscos na saída), agradável. Segui pela BR470 travada como sempre, depois BR101 e só fui sair dela perto de Tubarão SC na SC370 e SC 435, sentido Armazém e São Martinho SC.



Armazém CS

Fazendo um registro que ainda não sabemos se vai ou não se realizar, existe uma PEC transitando que pretende extinguir os municípios com menos de 5mil habitantes (tem outras restrições, mas simplificando é isso), quem sabe muitos desses municípios que visitei nem vão mais fazer parte das estatísticas...

Capela na entrada da cidade de São Martinho


Não gosto de fazer o mesmo caminho na ida e na volta, não é superstição, é apenas uma maneira de conhecer sempre dois caminhos novos!  Mas esse trecho foi a única opção então retornei e depois segui para Braço do Norte, parando antes em Gravatal para registrar, pois já tinha passado de moto por lá, mas sem fotos.

Rio Braço do Norte

Gravatal, termas

Igreja Nosso Senhor do Bonfim - Braço do Norte


Dali de Braço do Norte segui para Pedras Grandes por uma estrada de terra muito bonita, ponto forte foi a travessia pela Ponte Baixa.







Nessa hora o calor estava pegando forte, cheguei a pegar em alguns trechos 36 graus, nada fácil.

Clube 12 de Outubro em Pedras Grandes SC, 1907


Segui para Orleans já perto das 13h, comecei então a procurar algum lugar para comer algo, mas estava muito sol, calor e não encontrei um lugar com sombra para estacionar decentemente, então resolvi tocar.

  

Parei ainda para fazer umas fotos do paredão de Orleans, belíssimos painéis representativos de passagens bíblicas esculpidos na pedra pelo artista orleanense José Fernandes, o “Zé Diabo”.



Como ficava bem no caminho parei em Lauro Muller para registrar também.

Lauro Muller SC

A vista do paredão formado pelas Serras Catarinense é de tirar o fôlego!


Linda capela na estrada entra Lauro Muller e Treviso

Região de forte colonização italiana (também alemães), parei na cidade de Treviso.



Na sequência Siderópolis, colonia italiana carvoeira.


Minha programação era dormir em Porto Alegre, então só fiz uma parada na Igreja Matriz de Criciúma para uma foto e depois toquei em direção a BR101 para chegar em Porto Alegre pelas 17h.

   
Criciúma                                            36 graus

O evento era no Hotel Deville, que é um dos hotéis mais legais que costumo me hospedar. Ótimo atendimento e o conforte nota 11. Cansado e com preguiça, resolvi jantar no hotel mesmo, ótima opção.



Pedi uma alcatra de porco, sem muita expectativa... Caraca, que sensacional, medalhão de porco com crosta de queijo, purê de maçã, banana da terra frita e cebolas caramelizadas no vinho tinto, que explosão de sabores! Ah, detalhe, como tinha um evento e demorou bastante para chegar o prato eles me serviram um prato de frios e queijos de cortesia, nada mal né.

Sexta foi dia trabalho, meu amigo e sócio Valter chegou de SP cedo, fomos jantar com uns parceiros, visitamos outros e final da tarde retornamos ao hotel onde foi o jantar.


Sábado 6h já tomando café para sair 6h30. A previsão dessa vez não errou, tempo fechado.


Primeira perna de Porto Alegre até novamente a região de Criciúma até que foi tranquilo, quase nem peguei água. Mas chegando em Nova Veneza SC, a primeira parada do dia São Pedro ficou de mau humor.

O portal da cidade não nega a ligação com a cidade irmã da Itália, inclusive o leão símbolo de Veneza.


Depois de passar pela linda igreja matriz fui ver a famosa gôndola Lucille.




A Gôndola Lucille é um símbolo da amizade entre os italianos da região do vêneto e os italianos de Nova Veneza. É a única oficial da América Latina. Fora da Itália, só existem outras três dessas no mundo: nos Estados Unidos, Canadá e Suíça.

Tinha no centro uma placa indicando Casas de Pedra, achei interessante e fui procurar. Estradinha de chão, uns km e cheguei no portão... trancado!


Dali fui ver a barragem do rio São Bento, que é bem perto , apesar de pertencer ao município de Siderópolis. Por um pequeno trecho de terra cheguei até o mirante onde procurei a torre de igreja que fica exposta dentro da barragem, mas não consegui encontrar e como estava chovendo já mais forte não fui desbravar o local a procura, fica para a próxima visita.



Retornei para estrada sentido Cocal do Sul e depois Urussanga.

Santuário de Caravaggio, localidade de Criciúma

Cocal do Sul SC




Estação Urussanga

Estação Cocal

São Pedro estava bastante bipolar nesse horário, em Urussanga a chuva deu uma trégua, o que me animou.



Santuário de Nossa Sra. Aparecida em Treze de Maio

Chegando em Treze de Maio o principal ponto turístico é o Castelo Belvedere.
Construído em estilo medieval e decorado com pinturas e imagens sacras, o Castelo Belvedere serve de moradia ao padre Nivaldo Antônio Ceron. Projetado por ele mesmo e construído pelo seu pai, o castelo é a realização de um sonho de infância. Possui uma capela onde é celebrado missas em latim.


Segui pelo caminho "normal" e fui barrado por uma obra que impedia passagem de veículos maiores, na real nem de Biz eu me arriscaria ir pelo atalho. Um Sr. motoqueiro me indicou outro caminho que fazia uma volta maior mas chegava até lá. Estrada de terra, chuva apertando, sozinho... a dúvida: vou ou não vou, teimoso fui!

O Castelo em cima do morro

Quando cheguei no último trecho até o castelo a estrada virou uma pirambeira muito íngreme, com o piso todo erosado, com várias canaletas fundas de água e o pior é que preencheram algumas com areia grossa. Quando entrei em uma delas a moto afundou e atolou. O problema é que estava numa parte muito íngreme e tentei por um dez minutos manobrar pre frente ou para trás, sem sucesso, ali ela já tombou uma vez. Graças ao treinamento que fiz anos atrás levantei ela sem problema mesmo naquele terreno complicado.
Mas o problema continuava, quando estava já travando tudo para ir procurar ajuda, um rapaz desceu do morro e veio me ajudar. Gente boa demais!
Primeiro tentamos subir sem sucesso, depois conseguimos manobrar a monstra e dar a volta, mas por insistência do rapaz me disse para pegar a outra rua que era melhor para chegar no castelo, que valeria a pena.
Na manobra mais um tombo da moto, agora como foi pro lado da descida a menina ficou literalmente de rodas para o ar hehe Ferragem forte, nada machucou!



Depois de suar litros aprumei e apontei a roda para o castelo e lá fui de novo!


Valeu a pena realmente, muito lindo. Como estava chovendo bastante naquela hora e eu todo suado e molhado da chuva optei por não entrar e deixar para uma próxima visita.

Parei em uma padaria no centro de Treze de Maio e comi um pastel, pronto para então retornar. Teria ainda uma outra cidade pra fazer, Pescaria Brava que fica as margens da lagoa do Imaruí, e também queria tirar uma foto da matriz e prefeitura de Tubarão. Mas a chuva não deu trégua, então como os dois municípios ficam bem próximos da BR101 farei outro dia.

Com isso ficou faltando uma única cidade a ser visitada da mesorregião Sul Catarinense, duas se considerar Tubarão.