4090 km - 10 dias
Diário de bordo dia 1 - Blumenau - Rio Grande
Tripulação a bordo da nave Paladini as 5h, nenhum trânsito desde Itajaí até o Rio Grande. Velocidade constante de 100 km/h, pista livre, sol, 39 graus. Errei a saída para Osório e acabei entrando na freway, 30km e nada de retorno, fui obrigado a fazer uma conversão indevida, espero não receber a multa. A BR101, antiga estrada do inferno, é muito bonita, está 90% em bom estado, poucos km com buracos, antes de Tavares, vale a pena fazer de moto. Mesmo com o erro do desvio, viemos tão bem que 14h20 estávamos já em São José do Norte. Infelizmente a balsa das 15h atrasou, com isso chegamos em Rio Grande só as 17h20. Se tudo estivesse no horário iríamos direto ao Chuí, mas tudo bem pois o cronograma era Rio Grande mesmo. No meio da travessia começou a chover mas as 20h já parou, e a previsão é sol para os próximos dias, tomara.
Nem todo o trajeto é entusiástico...
ops...
balsa São José do Norte - Rio Grande
Rio Grande
Antiga Alfandega de Rio Grande
Diário de bordo dia 2 - Rio Grande - Cabo Polonio - Montevideo
Acordamos cedo, 6h ainda com um pouco de chuva, mas já sabendo que na fronteira o tempo estaria melhor.
Nossa impressão de Rio Grande não foi boa, cidade extremamente suja, lixo pelas ruas em toda parte, os prédio antigos estão bem mal conservados e as ruas muito cheias de mendigos e outros suspeitos.
O caminho já conhecido da reserva do Taim, sempre bonito. Capivaras aos montes, gaviões enormes, outros belos pássaros desviei de um pequeno roedor atravessando a estrada, e vimos muitas carcaças no caminho, até de uma tartaruga ou cagado.
No Chui fiz cambio, 8,90 pesos por real. Susto foi no abastecimento R$ 4,22 o litro, caraca.
Sol forte o tempo todo, estradas boas, parada no forte Santa Teresa, mas chegamos as 11h e ele só abria as 13h. Então fomos visitar o Parque Santa Teresa, fantástico tem uma área gigante toda arborizada e com estrutura de camping, muito frequentado nessa época. A praia é mar aberto sem estrutura nenhuma, mas tem cabanas também para aluguel bem próximo.
Depois fomos até Punta del diablo, a vila lembra as do nordeste, ruas de terra batida, casebres bem simples, restaurantes bem precários. A praia é brava com muitas pedras, mas bonita, a água é absurdamente gelada. Almoçamos por ali, bem meia boca (pra não dizer ruim), além de caro, compensado pela simpatia e aventura, tá valendo.
Voltamos a Fortaleza para visitar tudo, as crianças curtiram.
Dali seguimos para Cabo Polonio, por uma via secundária, em ótimas condições só que sem acostamento. Chegando lá tivemos "algumas surpresas", começando que na entrada tem um portal onde não se pode passar de carro, você estaciona compra um ingresso e é levado em um caminhão 4x4, depois entendemos porque... o caminho é de areão alto e denso, de moto nem com reza brava passaríamos. Só mesmo pelas fotos para entender a beleza daquele lugar, rústico, meio "alternativo". As duas outras surpresas foram os leões marinhos e o farol que subimos até o topo, lindo demais. Depois descemos com câimbras hehe
Chegamos ainda claro em Montevideo, as 21h, escurece bem tarde por aqui.
A noite fomos comer em um restaurante aqui perto. Olha, pode ser que estamos ficando muito exigentes, mas até agora não comemos muito bem e pagamos muito caro, vamos ver se acertamos nos próximos.
Capivaras na reserva do Taim
Praia do Parque Nacional de Santa Teresa - Rocha, Uruguai
Parque Nacional de Santa Teresa - Rocha, Uruguai
área de camping do parque, muito grande
Fortaleza de Santa Teresa - Rocha, Uruguai
Transporte 4x4 no Cabo Polonio, Rocha, Uruguai
Caminho nível hard plus
Leão Marinho morto, a natureza as vezes é cruel
Praia "alternativa" de Cabo Polonio
Faro de Cabo Polonio, 26m
Leões marinhos sendo observados pela Leoa Giorgia
Lá em cima, muitos degraus, muito vento e visual fantástico
Diário de bordo dia 3 - Montevideo
Aproveitamos para descansar, acordamos tarde pelas 8h, sol forte, as crias dormiram até as 9h. Depois de um bom café no hotel fomos passear a pé. O hotel é duas quadras do centro, com o palácio Salvo, Teatro Solis onde fizemos a visita guiada, lindo demais, depois museu do governo. Fomos para o Mercado do porto para almoçar, parrillada sem internos. Lucca quis um intestino, claro que não comeu, nem eu hehe
Pegamos o ônibus turístico daqueles que tem as cadeiras na parte superior e fizemos um passeio de 2h30 por toda Montevídeo. Assim pudemos ver a beleza da cidade. Avenidas largas, transito organizado, motoristas muito educados, basta pisar na pista e todos param, inclusive os ônibus Muitos monumentos históricos da época da colonização (cerca de 1700), em perfeita harmonia com prédios modernos. Alguns bairros vimos um pouco de sujeira exagerada nas ruas, alguns pedintes nos faróis mas não vimos nenhuma favela até agora, nem na chegada a cidade.
A noite fomos jantar na Parrila del Solis, bem em frente a praça da independência, duas quadras do hotel. Novas surpresas hehe, ambiente muito agradável até requintado, preço mais acessível. Pedimos uma pizza bem tipo italiana, massa fina e bem feita. Agora o "mico" da noite foi eu pedir Molleja, achando ser Moelas... e eram: Moelas bovinas... achei que fossem de galinha. Muito gordurosa, bem forte, mas temperada com limão, azeite e acompanhada de um pão até que foi, ah precisou de um sal de fruta a noite hehe
Palacio Salvo
Mercado do Puerto
Onibus de turismo interno
Estádio Centenário
Diário de bordo dia 4 - Montevideo - Piriápolis - Punta Ballena - Punta del este - Montevideo
Tripulantes se divertindo muito. Acordamos pelas 7h e fomos pra Piriápolis, sempre buscando a via beira mar, muito lindo tudo, destaque para Playa Bella Vista um pouco antes de Piriápolis, casas muito legais praia meia deserta. Piriápolis também é bem linda, ampla, bem frequentada Por sinal estou achando tudo muito tranquilo, em Montevideo, Punta que achei que estaria lotado com transito, não, mais tranquilo que em janeiro quando passamos por aqui. Fomos para Punta Ballena e dessa vez visitamos a Casa Pueblo. Confesso que esperava um pouco mais, pois só se tem acesso a quatro ambientes internos e três terraços, o restante é do hotel e restrito a hospedes, mas mesmo assim valeu para conhecer. Fomos de manhã, estava bem tranquilo, poucas pessoas. o Mais lindo que seria o por do sol só se fossemos dormir por lá, pois esta escurecendo pelas 21h30.
Em Punta del Este andamos por toda a orla, depois paramos mais ao centro para comer, dessa vez um Burguer King, e olha que é carinho também (R$ 25,00 por lanche). Depois voltamos a Orla indo sentido La Barra. Dessa vez fui até aquela torre enorme que fica atrás daquelas casas pobres tipo "teletubbies", a torre é um hotel, muito legal, pelo que percebemos tem quartos nela um acima do outro uns 8 andares, interessante. Na sequencia passamos pela ponte das corcovas que fica em La Barra, lá paramos para o Lucca entrar na água, pois queria passar frio, foi 10 minutos e já virou um picolé. Voltamos para Montevideo, mas também, pegando a beira mar.
Belíssimo aeroporto de Montevideo
Piriápolis, Maldonado, Uruguai
Casa del Pueblo, Punta Ballena, Maldonado, Uruguai
hehe, pois é...
Vilaró
Punta del Este, Maldonado, Urguai
La Mano
hotel em Punta de Este
praia La Barra, Lucca virando picolé
sem comentários...
cemitério de carros antigos, paraíso de colecionadores
algo, em Montevideo
Diário de bordo dia 5 - Montevideo - Colonia del Sacramento - Puerto de Conchillas
No caminho de Montevideo para Colonia del Sacramento, resolvi parar em uma pequena praia do rio da Plata, Playa Fomento, muito interessante, água doce, rasa, limpa, areias brancas (que não grudam no corpo), achamos muito legal. Colonia sempre bela e charmosa, almoçamos muito bem, o melhor almoço até agora, peixe, camarão e mariscos.
Subimos no farol, dali pode-se ver Buenos Aires do outro lado do Rio da Plata. Caminhamos mais um pouco, sorvete e seguimos para Puerto de Conchillas.
Saímos da Ruta principal e entramos em uma secundária que depois virou de terra, frio na barriga pois nada no caminho, chegamos em uma vila com meia duzia de casas quase abandonadas e no meio um prédio maior, o hotel. Surpresa pois o hotel é de primeira, um 4 estrelas muito novo, ainda nem finalizado em algumas coisas, cozinha de primeira, piscina muito bonita, pena que gelada, mesmo assim o Lucca pulou dentro como sempre. Vamos aproveitar e descansar mais um dia.
Playa Fomento, Rio da Plata
Paisagem comum nas estradas uruguaias
Colonia del Sacramento, Uruguai
Vista do alto do Farol em Colinia, ao funda pode-se ver Buenos Aires
Praia em Colonia del Sacramento
Puerto de Conchillas
Diário de bordo dia 6 - Puerto de Conchillas - Parque Anchorena
Dia de descanso, na cama, na piscina, no restaurante...
A tarde fomos conhecer o parque Anchorena, uma residência de campo da presidência Uruguaia, muito bonito. Criado por um rico Argentino na década de 10 como casa de campo, bosques com árvores trazidas do mundo todo. Cerca de 1500 cervos vivem de forma selvagem no parque, muitos pássaros também por toda a parte.
Uma enorme torre de 75m de altura que além de ser usada como mirante tem uma caixa dágua interna de 65mil l, infelizmente não é possível subir. Das margens do rio da Plata com o Rio San Juan é possível ver também Buenos Aires, 55km a frente.
Após a janta fomos ver o por do sol a beira do Rio da Plata.
Caminho Parque Anchorena
Cervos
Corujas
Cardeal
por do sol no rio da Plata
Diário de bordo dia 7 - Puerto de Conchillas - Termas del Dayman
Primeiros trechos com asfalto ruim no Uruguai, muitos buracos e irregularidades, quando chega-se próximo de Payssandu melhora. Me deu saudades da moto, pois fiz um trajeto em 2009 bem aqui perto (Payssandu, Tuacarembó, Durazno) com a turma do BOG, fomos até Buenos Aires pelo interior e voltamos pelo litoral, caminho inverso que estou fazendo agora, 2013 que me aguarde, seco para pilotar muitos km...
O trajeto é essencialmente rural, muito bonito com suas paisagens amplas de plantações, pastos, rolos de feno. Algumas nuvens começaram a aparecer no horizonte. Chegamos em Termas del Dayman pelas 12h e fomos direto ao hotel se hospedar e depois procurar um restaurante para almoçar. Fomos comer no mesmo restaurante em que reservamos a o jantar da ceia, comida boa com lugar agradável, nada luxuoso mas também nada simples. Voltamos e caímos na piscina do hotel, quente pacas, cerca de 39 graus, delicia.
Hotel Aguasol, simples mas muito agradável, e claro com atendimento simpático. Tudo muito limpo, a área da piscina é novíssima.
Pelas 21h fomos para o restaurante, estava bem bonito, alegre. Alegria é algo que esse povo aqui tem de sobre, educação e alegria. Tudo muito limpo, alegre, organizado, seja nas cidades maiores ou nas menores. São simples, sem extravagancias, na maior parte do pais por ser rural são bem humildes.
O Jantar servido foi com todos os pratos frios, língua temperada, bisteca de porco defumada, frango recheado, tortas, saladas, melão com presunto, curtimos a comida, diferente mas agradável.
Teve depois um cantor local que mandou bem nas musicas, animadas, algumas inclusive brasileiras. A meia noite um brinde e fogos, estava bonito. E assim terminou 2012 de modo alegre, divertido, diferente... e o desejo que 2013 seja igual ou se for de nosso merecimento até melhor, com muita saúde e mais viagens.
Cidade de Mercedes
Mercedes, Uruguai
Banho noturno...
Diário de bordo dia 8 - Termas del Dayman
O dia hoje foi só de parque aquático, piscina no hotel e preguiça, bom demais !!!
Destaque foi o lanche do almoço e da janta, chivito (é um bauru, com carne, presunto queijo, ovo, ervilha etc), Pancho( cachorro quente (o da Giorgia veio enrolado em panceta) e a Milanesa que é comum e especial por aqui (carne bem prensada, fininha a milanesa).
Uma coisa muito legal é como o povo se reúne locais públicos beira do Rio, beira da estrada etc para sentar e ver a vida passar tomando um chimarrão, bucólico.
Parque Aquático Acuamania
Diário de bordo dia 9 - Termas del Dayman - São Miguel das Missões
Cada vez mais pelo interior do Uruguai algumas coisas surpreendem, uma foram os trechos ruins de asfalto, que ainda não tínhamos visto, alguns bons quilômetros chato, mas nada que atrapalhou pois é compensado pela quase inexistência de carros e caminhões. Mas o mais impressionante é a fauna: pombas aos milhares, lebres orelhudas correndo ao lado da pista, gaviões enormes (homenagem ao Timão), emas aos montes, centenas de pequenos roedores parecidos com porquinhos da índia se atravessando na pista.
Parada para compras em Rivera (contra minha vontade, mas o que fazer com duas mulheres no carro?).
Brasil, por um lado bom, por outro... caminhões, muitos carros e centenas de argentinos se deslocando para o litoral brasileiro.
Chegamos cedo, umas 17h, fomos para a Posada das Missões que fica a 150m da ruína Jesuíta. Aproveitamos para visitar o museu e a ruína ainda de dia (lembrando que está escurecendo pelas 21h30 nessa época). Após tirarmos várias fotos fomos jantar e ao hotel para colocar um agasalho, atitude que nos salvou parcialmente, pois mesmo no verão o frio pegou pesado a noite.
O espetáculo é simplesmente emocionante, de tirar lágrimas. Conta a história do massacre dos índios pelos Portugueses e Espanhóis São só jogos de luzes coma história narrada por vozes conhecidas (Liam Duarte, Paulo Gracindo, Armando Bógus, Fernanda Montenegro, Maria Fernanda, Juca de Oliveira e Rolando Boldrin). O sono veio mais tranquilo depois disso.
Formações rochosas na divisa do Uruguai-Brasil, perto de Rivera
Portal em São Miguel das Missões
Ruínas São Miguel Arcanjo
Relógio de Sol
Diário de bordo dia 10 - São Miguel das Missões - Blumenau
Estrada, caminhões, estrada carros e estrada, estrada e estrada... 730km e bem vindos a casa amada.
Viajar é ótimo, mas retornar a casa é bom demais!
