Que viagem... intensa!!!
4700km em 12 dias
Altitude máxima: 1435m
Temperatura máxima: 32 graus (ou mais)
Temperatura mínima: 7,5 graus (Bragança Paulista 6h30)
Após meses de planejamento com os amigos do Soy Loco tudo certo para nossa partida. Dessa vez o tema da viagem foi o Cerrado com sua abundância e peculiaridade.
Cerrado
O Cerrado brasileiro é a segunda maior formação vegetal do Brasil, superada apenas pela Floresta Amazônica. São 2 milhões de Km2 (ou 200 milhões de hectares) espalhados por 10 estados, cobrindo 23% do território brasileiro.
O bioma Cerrado é considerado como um ecossistema tropical de savana, com similares na África e na Austrália. É reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade.
A importância do Cerrado decorre de várias características, tais como a grande biodiversidade de animais, plantas e ecossistemas, a contribuição para a regulação do clima, a proteção do solo, a recarga de aqüíferos e a manutenção de bacias hidrográficas.
O Cerrado é conhecido como o berço das águas, nele nascem os córregos e rios que formam as principais bacias hidrográficas do Brasil: São Francisco, Amazonas/Tocantins e Prata/Paraná.
Apesar de o Cerrado possuir cerca de 5% da biodiversidade mundial, ele é um dos biomas mais ameaçados do planeta. De acordo com a ONG Conservação Internacional (CI), a cada ano 2,2 milhões de hectares da nossa savana brasileira são destruídos. Os principais responsáveis são a pecuária, o avanço das lavouras de soja e a inundação de grandes áreas para a construção de hidrelétricas.
A produção ilegal de carvão vegetal é também uma séria ameaça ao Cerrado. Dezenas de caminhões vêm sendo apreendidos nas estradas de Goiás, a maioria em direção às grandes siderúrgicas de estados vizinhos.
A destruição já consumiu mais da metade (57%) dos habitats do cerrado. Os especialistas estimam que, nesse ritmo, o Cerrado pode sumir do mapa em 30 anos, levando consigo uma infinidade de recursos que os cientistas sequer terão tempo de conhecer. |
Agora o Soy Loco tem mais um casal integrante (Yamada e Antonieta), Sueli não pode ir por causa de um acidente onde quebrou o pé, assim fomos em três casais e mais dois solteiros:
- Pietro e Milene - BMW F800GS
- Casal Stardust - Super Teneré
- Casal Yamada - Super Teneré
- André Bnu - BMW G650GS
- Roberto Tadeu - BMW F650GS
Eu e a Mi saímos as 13h da quinta, 23 de agosto, rumo a São Carlos, mas fazendo um pouso em Registro para dormir. O trajeto foi tranquilo, dia de sol, um pouco de frio em Curitiba. Dei mancada pois fui somente com a jaqueta de verão e não levei segunda pele de frio, só a Solo X-Sensor e a Ion-Lite ambas para calor. O que me salvou foi uma jaqueta corta vento daquelas bem finas que sempre deixo junto na moto.
Um pequeno congestionamento causado por um caminhão tombado na decida da serra, como sempre, e um bêbado que cruzou a pista na descida no meio de uma curva, assustou, mas de resto foi tudo na paz. Chegamos em Registro as 18h30 ainda escurecendo, ficamos no Hotel Gran Valle, ao lado da BR, bem cuidado, limpo, sem cortininha no banheiro e barato, já tínhamos ficado nele no encontro do BOG de Brotas. Mas tem um ainda melhor ali perto o Valle Sul, só que me lembrei só depois.
Saímos cedo na sexta, e as 9h já estávamos nos encontrando com o Roberto Tadeu em Juquiá, ele saiu de Peruíbe enquanto abastecemos. Pela primeira vez subi a serra de Juquiá, pois das outras duas vezes desci, uma com chuva e outra com fortíssima cerração. Dessa vez estava legal, tempo bom e sem movimento nenhum. Paramos no meio do caminho em uma lanchonete que serve Empanadas Chilenas, que delicia, que saudades... Rumo a São Carlos chegamos cedo, pelas 16h lá e fomos direto ao hotel Arco São Carlos, muito bom.
Roberto ficou descansando enquanto eu e a Mi fomos de taxi visitar a família, minha Tia Cidinha, Tio Luiz Carlos, Primo Marcelo e primo Leandro, Tia Néia, Ricardo, prima Carla e a Vó Nina. Puxão de orelha que não tirei nenhuma foto, que coisa... Mas feliz em rever a família.
Inusitado foi eu "tentando" dirigir o fusca do tio até a vó... a folga da direção era tão grande que na primeira curva quase deu pt na minha cueca do susto que levei, quando paramos cadê o freio de mão, não funcionava, engata e encosta no meio fio hahaha
Amigo Roberto Tadeu
Voltamos para o hotel e pegamos o Roberto para ir jantar, escolhemos um restaurante árabe que surpreendeu demais, estava tudo delicioso e ainda com custo muito acessível. Ah, claro que não pode faltar cordeiro não é mesmo amigo Roberto? Fomos dormir pois o outro dia iria ser pesado, e foi.
De São Carlos a Pirenópolis foram 800km, as estradas foram boas, céu azul sem nuvens e o calor começou a ficar mais forte. Essa viagem foi exatamente num mês onde a estiagem estava forte em quase todo o país, a secura era evidente principalmente na garganta e na pele.
Assim passamos por mais três estados, cinco ao todo, SC, PR, SP, MG e GO. No caminho já pudemos ver tucanos e araras azuis voando ao nosso lado. Chegamos em Pirenópolis bem no pôr do sol, devidamente filmado e fotografado.
Minha garupa guerreira
No hotel mais várias surpresas agradáveis: os amigos JR e Tó de Uberaba também estavam por lá, o casal Star e o casal Yamada, só faltava o André Bnu que nos encontraria só em Brasilia. O Hotel Casarão é um show a parte, a cidade um espetáculo. Quero ver encontrar tantos adjetivos para esse relato, vou precisar de ajuda de um bom dicionário.
Hotel O Casarão
Calçamento de pedras em Pirenópolis, e minha Mi
Aqui começou um dos altos dessa viagem, um passeio pela história de nosso amado Brasil, vestígios do século XVII ao século XIX.
Só uma bitoca hahaha
Pirenópolis é uma mistura de Colônia del Sacramento, Paraty e San Pedro do Atacama, essa foi a nossa impressão. Calma, com povo atencioso, religiosos demais (nunca vimos tanta missa uma atrás da outra). Jantamos numa pizzaria muito boa.
Tó e JR, Yamada e Antonieta, Roberto, Eu e Milene e Casal Stardust
A comida goiana é uma mistura de sabores com raízes indígenas e africanas, parte parecida com a mineira. Destaque foi os Empadões de palmito e de Guariroba (um palmito mais amargo).
Pirenópolis
Pirenópolis, significa "a Cidade dos Pireneus". Seu nome provém da serra que circunda a cidade que é a Serra dos Pireneus. Nome dado por saudosismo dos imigrantes espanhois que ali viveram, pois os Pirineus separam a Espanha e a França.
Fundada por portugueses com o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário Meia Ponte, por volta de 1730 foi importante centro urbano dos século XVIII e XIX, com mineração de ouro, comércio e agricultura, em especial a produção de algodão para exportação. Hoje, é famosa pelo turismo e pela produção do quartzito, a Pedra de Pirenópolis.
Palco das famosas cavalhadas que é uma atividade que gira em torno de uma representação dramática equestre de uma luta entre Mouros e Cristãos pela soberania da Península Ibérica durante a Idade Média na Europa e são alegrados por centenas de mascarados, montados a cavalo ou não. O mascarado típico de Pirenópolis usa a máscara de boi. Esta festa é considerada como uma das mais belas e expressivas do Brasil.
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As atrações da cidade não pararam por ali não, fomos visitar o Museu Rodas do Tempo, fantástico, muito bem estruturado com um acervo de centenas de bicicletas e motos, algumas raridades e quase todas funcionando perfeitamente. Valeu demais a pena ir conhecer.
www.rodasdotempo.com.br
Amazonas, nacional, motor V4 1600cc
Assim deve ser gostoso ir de garupa...
Outro passeio inesquecível foi a Fazenda Babilônia (
www.fazendababilonia.tur.br). Um Casarão histórico do fim do século XVIII, antigo engenho de cana. Aberto a visitação com apresentação da história, museu, capela, animais e um farto café rural goiano, lugar muito especial onde ficamos por algumas agradáveis horas.
Farto café almoço
Tudo no fogão a lenha de dois séculos de uso
Colchão de couro trançado e crina de cavalos
Capela centenária
Destaque para o chifrudo boi e o tamarindeiro.
Tamarindeiro, delícia!
Marimbondos no tamarindeiro
Próximo destino Brasília, no Distrito Federal DF, capital de nosso Brasil. O caminho foi rápido e agradável, uma parada para fotos em um mirante em Salto de Corumbá, GO e logo depois já estávamos entrando no DF.
Detalhe da placa do carro
Salto de Corumbá, GO
A periferia é feia demais, entramos por Taguatinga, e depois seguimos pelo Plano Piloto, aí a coisa muda, é realmente monumental e belo. Cruzamos o eixo passando pelos principais prédios do governo e depois seguimos até a ponte JK. Retornamos e fomos ao hotel Brasilia Palace, uma obra do Niemeyer bem próximo ao Palácio da Alvorada. No hotel o André Bnu nos esperava para fazer o chek-in junto.
Ponte JK
Não tínhamos muito tempo em Brasília, então fomos aproveitar logo, trocamos de roupa e fomos almoçar no Pier 21, um shopping de frente ao lago, muito agradável. Zoiudos fomos numa Steakhouse e pedimos todos costela de porco, resultado: todo mundo empanturrado, mas estava boa demais.
Catedral
Steakhouse do Pier 21
A noite fomos até o Pontão do Lago Sul, na Bierfass para jantar e nos encontrar com os amigos Peu e sua esposa, o BOG Marcelo e a Roziane e um casal de amigos do Star. Muito bom rever amigos e conhecer outros novos. O Peu, só nos conhecíamos virtualmente.
Amigos Marcelo, Rozane e André Bnu
Amigos André Bnu e Peu
Brasília
Inaugurada em 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, Brasília é a terceira capital do Brasil, após Salvador e Rio de Janeiro.
O plano urbanístico da capital, conhecido como "Plano Piloto", foi elaborado pelo urbanista Lúcio Costa, que, aproveitando o relevo da região, adequou-o ao projeto do lago Paranoá, concebido já em 1893.O lago armazena 600 milhões de metros cúbicos de água. Muitas das construções da Capital Federal foram projetadas pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer.
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De Brasília rodamos até Três Marias num hotel na beira da represa formada pelo Velho Chico (Rio São Francisco), o Grande Lago Hotel. Chegamos com um belo pôr do Sol, depois de 470km de calor. Motos quase na porta do quarto, bom chuveiro, cerveja gelada e lá comemos um delicioso Surubim assado com pirão.
Represa Três Marias
Surubim
Seis sereias...
Tomando da bica
Acordamos cedo e fomos para Cordisburgo conhecer a famosa Gruta de Maquiné, lugar surreal, nos transporta a outra realidade.
Maquiné
As salas são enormes e foram colocadas iluminações de led (não agridem) que dão um visual muito alucinante. As formações tem formas diversas e fazem nossa imaginação voar... anjos, caveiras, mamute, cachorro etc etc. Uma guia vai explicando e mostrando os encantos do lugar, difícil é entender o sotaque mineiro da região em velocidade 2x. O percurso é fácil, pode ser visitado por crianças sem problema nenhum, são cerca de 1h30 de passeio.
Gruta do Maquiné
“E, MAIS DO QUE TUDO, A GRUTA DO MAQUINÉ-TÃO INESPERADAMENTE GRANDE, COM SEUS SETE SALÔES ENCOBERTOS, DIVERSOS, SEUS ENFEITES DE TANTAS CORES E TANTOS FORMATOS DE SONHO, REBRILHANDO DE RISOS DE LUZ. ALI DENTRO A GENTE SE ESQUECIA NUMA ADMIRAÇÃO ESQUISITA, MAIS FORTE QUE O JUIZO DE CADA UM, COM MAIS GLÓRIA RES-PLANDECENTE DO QUE UMA FESTA, DO QUE UMA IGREJA”.
JOÃO GUIMARÃES ROSA
A Gruta do Maquiné, localizada em Cordisburgo, foi descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné, e posteriormente explorada cientificamente pelo naturalista dinamarquês Dr. Peter Wilhelm Lund, em 1834.
O naturalista pesquisou a caverna durante quase dois anos. Em sua pesquisa sobre a paleontologia brasileira, Dr. Lund descobriu restos humanos e de animais petrificados, oriundos do período quaternário.
A Gruta do Maquiné tem sete salões explorados, com 650 metros de extensão e profundidade de 18 metros. Suas galerias e salões são resultado do trabalho da água durante milênios. O principal elemento da formação da Maquiné é o carbonato de cálcio. Porém, a gruta também apresenta sinais de outros minerais: a sílica, gesso, quartzo e o ferro.
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Almoçamos ali mesmo uma comida mineira de primeira, simples e perfeita. O virado estava demais de bom...
Tudo a ver com nossa viagem...
Diamantina, outro diamante encrustado no cerrado, pura história. O caminho é espetacular, atravessamos a Serra do Espinhaço até chega r acidade que fica a 1100m de altitude. As paisagens com a vegetação e formações rochosas da serra são um deslumbre de tanta beleza.
Estresse grande é andar de moto nas ruas antigas calçadas com pedras irregulares e muito traiçoeiras, um verdadeiro desafio.
Igreja Matriz de Diamantina
Muro de Taipa secular
Casa Gloria
Passadiço
Fogão a lenha
ET não era em varginha ?
Calçamento do capeta...
Milene, eu, Roberto, Casal Star, Yamada e André Bnu
Museu do diamante
Visitamos a casa de Juscelino Kubitschek e a também da Chica da Silva. Boa comida como sempre também não faltou.
Escada no Corpo de Bombeiros
Antiga estação de trem
Casa de JK
Casa de Chica da Silva
Sacadas pitorescas
A igreja erguida para a Chica da Silva é maravilhosa, bem conservada.
Diamantina
Diamantina surgiu no século XVIII (1722) devido à grande produção local de diamantes, que eram explorados pela coroa portuguesa. Foi conhecida inicialmente como Arraial do Tijuco. Durante o século XVIII, a cidade ficou famosa por ter abrigado Chica da Silva, escrava alforriada que era esposa do homem mais rico do Brasil Colonial, João Fernandes de Oliveira.
É a terra natal do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira
A cidade é conhecida por suas serestas e vesperata, que é um evento em que os músicos se apresentam à noite, ao ar livre, das janelas e sacadas de velhos casarões, enquanto o público assiste das ruas.
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No entardecer fomos até o pico mais alto, 1400m para tirar umas belas fotos.
1450m de altitude
Por do sol nas alturas
Fóssil ?
Queimada, infelizmente comum na região
Nossa programação era dormir em Barão de Cocais uma noite pois só tínhamos reserva no Caraça para um dia, então tocamos até Barão. Supresa desagradável, a cidade é bem feia e com quase nenhum hotel. Olhamos nos GPS e vimos que Santa Bárbara ficava ao lado e lá tinham alguns hoteis, assim pilotamos até lá. Agora sim uma bela surpresa ! Cidade agradável demais, muito bem conservada com prédios e igrejas históricas. Muito limpa e organizada.
O Hotel que ficamos se chama Hotel Quadrado, uma obra de arte, todo restaurado e trabalhado por arquitetos. Ficou lindo e agradável, sofisticado mas sem tirar as características da época. Sua localização é privilegiada pois fica no centro histórico ao lado da Prefeitura, em frente a Igreja Matriz, próximo da antiga cadeia, ponte de ferro e da Igreja de cima do morro.
A igreja foi a mais bonita que vi nessa viagem, por dentro é toda adornada em estilo barroco banhada a ouro, muito parecido com as igrejas de Ouro Preto.
Jantamos no restaurante do hotel que fica em um anexo que também é um prédio restaurado com piscina e aréa externa coberta. Comida de cheff bem preparada, acompanhada de cervejas artesanais mineiras, delícia.
De manhã seguimos para o Santuário do Caraça. Eu (Roberto e Bnu tamém) não tinha feito a lição de casa e não sabia ao certo o que seria o local, imaginava apenas uma fazenda onde a noite o Lobo Guará vinha ser alimentado pelo padre da paróquia. Grata surpresa ao chegar na entrada da reserva e começar a subir pela estrada e lá em cima deparar com uma das vistas mais impactantes da viagem.
A primeira impressão é que não se perde nada com antigos locais da Itália, com a vantagem de estar cercado de uma reserva extremamente rica rica de fauna e flora. Vimos além do protagonista Lobo Guará, esquilos, jacús e muitos outros pássaros.
Vista da igreja e do alojamento antigo
Atrás a Serra do Espinhaço
Ruína do colégio que pegou fogo e foi restaurado como museu
Relógio de sol
Registro histórico
O almoço e jantar é servido em um salão que lembra a sala de refeição do Harry Potter e a comida é servida em um grande fogão a lenha. Comida simples mas agradável. O café da manhã foi o máximo, é servido em uma grande chapa a lenha onde cada um pode preparar ovos, queijo frito, pão etc, rústico e delicioso.
A tarde nosso amigo roncador Roberto capotou no quarto enquanto conversávamos então eu e André Bnu fomos dar uma volta de moto e conhecer alguns locais, como a piscina (tanque cheio de girinos hehe), o banho do imperador (corrego d'água) e a fazenda que funciona como hotel na entrada da reserva, lá é bem bonito.
Na mesma cama ?!?!
Antiga fazenda do Santuário, atual hospedagem secundária
Na volta encontramos todos já acordados e convidamos para subir até a capela que ficava em um morro, parecia perto, até iniciarmos a subida. Foi eu, Bnu, Yamada e Roberto, que voltou logo no inicio quando viu a capela ao longe hehe Caramba, andamos muito, por caminho em uma trilha no mato, depois em pedras, passando na beira de cânion, valeu a pena. A capela era bem grande, ficamos imaginando quem subia aquilo tudo para ver uma missa, estranho.
Capela ao longe...
Mais perto...
Vista do santuário lá de cima
a capela!
Voltamos já quase noite prontos para jantar e esperar os lobos famintos.
Primeiro veio a fêmea mais velha, se fartou não deixando quase nada. A preocupação dela era com a fêmea mais nova que estava por perto e divide território. Quando ela chegou as duas se pegaram feio, inclusive embaixo de minha moto.
Tomando vinho, chá e pipoca esperando mais lobos
Fêmea mais nova, linda, vivaz!
Serra do Caraça
Caraça é o nome de um trecho da Serra do Espinhaço localizado nos municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, sendo patrimônio de Catas Altas no estado de Minas Gerais, Brasil e dá nome ao antigo colégio Caraça, onde importantes personalidades da história brasileira estudaram. Hoje, o Caraça é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), que abrange toda a região.
O nome oficial do local é o Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens, mas o Caraça tem esse apelido devido à forma que tem parte da serra, que lembra o rosto de um gigante deitado. A serra forma imenso anfiteatro alongado, com os três picos do morro da Trindade, o da Conceição; ao sul, as serras da Olaria e da Canjerana, a Serra do Inficionado, o morro do Sol, a Serra do Carapuça. Anfiteatro de quatro quilômetros de largura, terreno em leves ondulações florestadas. As águas da bacia descem em belas cascatas das montanhas, como Cascatinha, Cascatona e Bocaina. Tais cascatas se abastecem dos ribeirão do Caraça, águas intensamente ferruginosas. No Caraça há dois lagos, o Tanque Grande, rodeado de bosques, e o Tanque São Luís.
Os primeiros registros sobre a serra do Caraça datam de 1700. Nesta ano, a serra foi concedida em sesmaria ao Padre Filipe de Siqueira Távora, e aos mineiros Domingos Borges e a Antônio Bueno e Francisco Bueno que, com seus outros irmãos, vieram catar ouro em suas encostas.
A Ermida do Caraça
Na segunda metade do século XVIII, um misterioso personagem, conhecido como Irmão Lourenço de Nossa Senhora, se instala na Serra, tendo como objetivo a fundação de um eremitério, visando o fortalecimento da vida religiosa no interior da capitania. Supõe-se que o misterioso religioso, irmão leigo da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, fosse um refugiado político português ligado à famosa "Revolta dos Távoras", tentativa de assassinato do rei D. José I de Portugal, reprimida a ferro e fogo pelo Ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, o célebre Marquês de Pombal.
No seu testamento, Irmão Lourenço se declara natural de onde os Távora tinha um morgadio São João da Pesqueira e seu simbolismo é evidente: Caraça, segundo dicionários antigos portugues, significa uma sacada onde pessoas foram queimadas e o nome Lourenço é de um santo que morreu na fogueira.
O certo é que em pouco tempo, Irmão Lourenço conseguiu, não sem a ajuda do governo colonial, edificar um monastério e uma igreja em estilo barroco, concluída em 1779, bem como reunir em torno de si uma comunidade religiosa que chegou a contar com 12 eremitas. Desde então o Caraça tornou-se lugar de peregrinação. Irmão Lourenço morre em 1819, deixando sua fundação em herança ao Rei Dom João VI.
O Colégio do Caraça
D. João VI entrega as terras e o eremitério à Congregação da Missão (Padres Lazaristas), cujos primeiros membros - Padres Leandro Rebelo Peixoto e Castro e Antônio Ferreira Viçoso - chegaram ao Brasil em 1820. De imediato, os padres transformam o eremitério em Colégio.
Aqui começa a época de glória da Serra do Caraça. O Colégio se caracterizou por sua seriedade e disciplina. Com períodos de pleno desenvolvimento, mas igualmente com fases de decadência, tornou-se referência do ensino para a elite de todo o Brasil. Dois futuros presidentes da República aí fazem seus estudos - Afonso Pena e Artur Bernardes - e outros tantos ex-alunos se tornaram governadores de estado, senadores e deputados, altas autoridades eclesiásticas.
No século XIX, o colégio foi visitado pelos Imperadores Dom Pedro I e Dom Pedro II, cujas impressões ainda podem ser vistas no Museu do Colégio ou ainda na Biblioteca.
Na segunda metade do século XIX, a velha Igreja do Irmão Lourenço, que se tornara demasiado pequena para o número de alunos do Colégio é substituída por outra, mais ampla, em estilo neogótico. Nela se pode contemplar a gigantesca e magnífica tela com o tema da "Última Ceia" do pintor mineiro Mestre Manuel da Costa Ataíde. Aí se encontram igualmente o corpo embalsamado de São Pio Mártir, um soldado romano martirizado, belos vitrais de procedência francesa e o órgão de tubos instalado pelo padre Luís Boavida, marceneiro e músico.
No início de século XX, o Colégio é transformado em "Escola Apostólica" (seminário) da Congregação da Missão. O Santuário foi tombado pelo IPHAN em 1955.
O Colégio funcionou até 1968, quando um incêndio destruiu parte das instalações destinadas aos alunos. Tal sinistro destruiu igualmente parte do precioso acervo da Biblioteca.
O prédio queimado foi magnificamente restaurado em 2002, aí sendo alojados um curioso museu da vida colegial e a preciosa biblioteca, que conta no seu acervo com obras únicas dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX.
Parque Natural do Caraça
Por volta de 1978, a Congregação da Missão assinou um convênio com a Fundação Brasileira de Conservação da Natureza e, em 1982, com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Florestas (atual Ibama), quando o território pertencente ao antigo colégio recebeu a designação de Parque natural. Esse acordo, entretanto, durou apenas cerca de cinco anos, retornando à responsabilidade de seus proprietários.
Este território foi transformado em Reserva Particular do Patrimônio Natural através do Decreto 98.914, de 31 de janeiro de 1990, e atrai pesquisadores de todo país dada a surpreendente variedade de vida animal e vegetal da região.
O atual parque compreende uma área de 11.233 hectares onde convivem os ecossistemas da Mata Atlântica e do Cerrado, caracterizando-se como uma área de transição. A sua altitude varia entre os 720 e os 2.070 metros acima do nível do mar, com destaque para o chamado Pico do Sol, considerado como ponto mais alto da região e da serra do Espinhaço. Segundo alguns geólogos, a serra do Caraça apresenta a mais antiga superfície de aplainamento não fossilizado do país.
Entre as espécies estudadas no parque, foram identificadas mais de duzentas espécies de orquídeas, além de exemplares de candeias, macaúba, angico, ipê-amarelo, entre outros. Essa diversidade vegetal provê suporte a uma fauna também variada, onde convivem pelo menos 274 espécies de aves (beija-flores,seriemas, tucano-de-peito-amarelo e outras) e 65 espécies de mamíferos como saguis, sauás, quatis, suçuaranas, raposas, antas, pacas, o tamanduá-mirim e o lobo-guará, entre outros. O Instituto Butantã catalogou mais de 50 espécies de aranhas. Vários tipos de besouros que compõem 500 espécies, 200 das quais nativas ou encontradas no Caraça pela primeira vez.
Entre as atrações do Parque destacam-se ainda quedas d'água, rios, lagos e grutas, acedidas por trilhas.
As dependências mais antigas do Santuário do Caraça comportam atualmente agradável hospedaria.
Turismo ecológico
No interior da Serra do Caraça, este Parque nos da varias atrações de acordo com a natureza, tipo caminhadas e banhos em piscinas naturais. Todas as noites, a melhor e precisa atração é a vista da família de lobos-guará Chrysocyon brachyurus que vive no local. Desde meados dos anos 1980, o então diretor do colégio costumava deixar no pátio em frente a escadaria da igreja restos de ossos do jantar e os lobos desde então fazem a sua primeira refeição da noite no adro da igreja, possibilitando registros de imagem e uma experiência única aos visitantes.
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Diamantina é o início da Estrada Real, percorremos muitos quilômetros dela durante essa viagem, mas alguns trechos são de terra. Daí já surgiu a ideia de um novo passeio
André Bnu saiu cedo as 5h da manhã e o maluco rodou 1300km até Blumenau. Eu e Roberto saímos as 9h junto com os demais acompanhando até Ouro Preto MG, só mesmo para tirar uma foto.
Ouro Preto MG
Nos despedimos e seguimos por Ouro Branco, São João del Rei, Lavras e depois pegando a Fernão Dias (BR 381) tocamos até Bragança Paulista, já pelas 19h pegamos um hotel bem meia boca para descansar.
Campos no estado de SP
Acordamos cedo na segunda, as 6h pegamos a estrada e com um frio de 6 graus seguimos em direção a Sorocaba e novamente a Serra de Juquiá. Ali pegamos os únicos pingos d'água de toda a viagem, quase um recorde, mas foi muito pouco.
Antiga casa na serra de Juquiá
Eu e Roberto nos despedimos em Juquiá e dali segui tranquilo até chegar em casa pelas 16h30 depois de 700km no dia.
Viagem fantástica e já saudosa...
Algumas das fotos são créditos da Antonieta Silva, obrigado!