Esse tipo de aventura é uma montanha russa de emoções. São muitas sensações, desde as belas paisagens, problemas, calor, frio, dores.
Engraçado como nosso corpo se adapta as situações, quando a mente esta bem preparada. Pilotar 10, 12 ate 16 horas em um dia seria inimaginável em um passeio de final de semana, mas na viagem de 21 dias é normal e o cansaço nem é tão grande como deveria ser. Até mesmo no carro a Milene e as crianças sentiram isso.
Nossos traseiros ficaram "chapados", e como nos disse uma velha senhora argentina: precisando serem redesenhados (a lápis)!
Nossos traseiros ficaram "chapados", e como nos disse uma velha senhora argentina: precisando serem redesenhados (a lápis)!
A viagem começou na quinta com o casal Star e o Wolf saindo de Juiz de Fora MG com destino a Registro SP, onde na sexta se encontraram na saída com o Roberto e Sueli que saíram cedo de Peruíbe SP, todos com destino Blumenau SC. Fomos jantar para fazer o briefing na companhia do amigo Bnu, mas antes aproveitamos para tirar a foto com as camisetas da viagem, ficaram bem legais.
No sábado, 14 de janeiro de 2012 iniciamos a viagem debaixo de chuva, até no oeste catarinense que estava em estiagem conseguimos fazer chover. André Bnu nos acompanhou até Campos Novos SC e dali seguiu para Bonito MS. Bnu era para estar com a gente na aventura, mas compromissos profissionais e pessoais impossibilitaram, após ter participado de toda a preparação, roteiro e detalhes, teve que tomar a difícil decisão de não ir junto. O tempo foi melhorando e terminamos o dia com o primeiro por de sol, dos muitos da viagem.
Saída de Blumenau, debaixo de chuva.
Amigo Bnu que não pode ir junto nos acompanhou até Campos Novos SC
Foram poucos os trechos de chuva na viagem, o tempo nos favoreceu quase sempre. Na Patagônia o tempo é um show, como são planícies imensas se vê chover quilômetros de distância. Trombas d’águas que passam ao longe trazem alguns pingos devido ao constante e fortíssimos ventos.
Ah, o VENTO... esse merece um parágrafo a parte. Sem noção é um bom termo, estúpido também esclarece bem. É constante, fortíssimo, chega a rajadas brutais de cerca de 80 km/h, e isso enfrentamos por cerca de 7000 km. As fotos vão mostrar o grau de inclinação das motos em retas para compensar os ventos quase sempre frontais e laterais (esquerdo). Outra situação além do cansaço excessivo causado é o consumo das motos, diminuindo a autonomia bruscamente. Minha moto faz cerca de 23 km/l normalmente, chegou a fazer menos de 17 km/l em alguns trechos. A moto do Star foi a que mais sofreu, por ser mais carenada, estar com garupa e bagagem ampla formou muita “vela”, assim o vento além de incomodar lateralmente também atuava de baixo para cima, na frente e traseira da moto, como ele mesmo nos disse: parecia estar montado em um cavalo xucro.
Motos andando inclinadas por causa do vento
Chegamos em São Borja RS no final da tarde, cidade do Getulio Vargas e João Goulart. Charmosa e bem cuidada, como a maioria das cidades gauchas. A cidade foi fundada em 1682 pelos padres jesuítas, a primeira cidade dos Sete Povos das Missões. São Borja tem a civilização mais velha do estado do RS, sendo povoada ininterruptamente desde sua fundação e tem hoje cerca de 62mil habitantes.
Estradas gaúchas ainda na chuva
Céu começando a limpar
Agora sim, céu limpo.
Os guerreiros
Optamos por não fazer reserva de hotéis para a viagem pois poderíamos mudar roteiros e cronogramas e não queríamos ficar engessados com isso, assim cada chegada era uma luta para encontrar um bom hotel. Isso complicava quando estávamos cansados. Ficamos no hotel Al Manara, recomendamos, simples, bem organizado e com um bom restaurante anexo. Saímos cedo em direção a Campana já na Argentina.
Rodizio de filé em São Borja RS
Casa do Getúlio Vargas em São Borja RS
Região das Missões
A primeira aduana foi tranqüila, a expectativa era grande para saber se tudo estava certo quanto aos documentos. Um dos aventureiros estava com documentação faltante, mas ali não verificaram. A moto dele está no nome da esposa, ela iria viajar junto mas machucou o joelho 2 dias antes da viagem e ele não teve tempo de fazer a autorização. Esse esquema da documentação rendeu outro capítulo que contarei mais a frente.
Rodamos mais uns 30 quilômetros e paramos para o primeiro abastecimento na AR, tendo a primeira surpresa desagradável. Filas enormes e preço abusivo (R$ 3,50 o litro). Isso foi constante em todo o norte e centro argentino para a nafta (gasolina) já o gasoil (diesel) foi sempre tranqüilo, no final de semana se agravava. Na Patagônia não tivemos problemas nenhum de abastecimento, cremos que pelo volume menor de veículos e talvez por que lá tem as petroleiras.
Filas enormes e gasolina a R$ 3,50, carríssima
Fizemos a primeira mudança de roteiro pois inicialmente iríamos até Rosario mas no posto, locais nos indicaram outra rota, assim nos dirigimos a Campana.
As deliciosas empanadas
Já perto quase ficamos sem combustível pois não conseguimos acessar um dos postos que ficava numa alça contrária da rodovia, rodamos mais 40km para o próximo, por pouco a M800 não entra em pane seca. Nossa autonomia ficou limitada em cerca de 200km, forçndo mais paradas no dia. Chegamos com o mais bonito por do sol da viagem, atravessando duas enormes pontes da região, isso depois de um dia de céu azul sem nuvens e 36 graus.
Chegando em Campana AR
Aqui vale comentar que eu estava com verdadeiro staff nessa viagem, a Mi na Sorento com todo material de apoio, ferramentas e bagagem, a Giorgia como "escriba" anotando em planilhas os gastos diários, dados de consumo, quilometragem além de ser a fotógrafa oficial; o Lucca foi o camera-man, quando queria. levei também uma GoPro, assim os relatos podem ser acompanhados por muitas fotos e vídeos, e o DVD (amador) que vai sair mais a frente.
Campana tem cerca de 80 mil habitantes, muito perto de Buenos Aires, é tipicamente industrial. Ficamos em um hotel no centro, Hotel Plaza De Campana em frente a belíssima Plaza Eduardo Costa. O hotel estava em reforma e foi bem complicado, eu e o Lucca dormimos com Wolf em um quarto, e a Giorgia e a Milene em outro. Jantamos no hotel mesmo, a comida estava bem agradável.
O uso do casco ainda é luxo por toda a Argentina e Uruguai, muito comum ver família com crianças de colo em motos, três, quatro pessoas e até cachorros nas motos.
Comum os carros velhos andando e estacionados pela cidade
O uso do casco ainda é luxo por toda a Argentina e Uruguai, muito comum ver família com crianças de colo em motos, três, quatro pessoas e até cachorros nas motos.
Uso do "casco" ainda é precário por lá
O custo estava alto na Argentina tudo estava pela hora da morte, gasolina por R$ 3,50 o litro, um sanduíche na estrada R$ 20,00, os hotéis estavam por cerca de PA$ 360,00 o matrimonial. Para nossa família com os dois veículos o gasto foi cerca de US$ 500,00 dia.
Seguimos em direção a Santa Rosa no centro da Argentina. Fundada em 1892 tem cerca de 100mil habitantes vive da agricultura atualmente. Saímos com céu azul sem uma nuvem, a primeira sombra de nuvem só apareceram às 15h para aliviar o calor de 37 graus. Campos de girassóis e flamingos nos acompanharam. Chegamos cedo, o pessoal ficou numa praça de alimentação e eu e o Roberto fomos de carro procurar hotel. Acabamos por ficar no primeiro que vimos, um 4 estrelas muito bom, Hotel Calfucura.
Pampas Argentinos
Paradas para apreciar a paisagem
Motos e o carro integrados
Flamingos rosas
Campos de Girassóis
Nessa região ainda tínhamos as árvores
Comemos em um restaurante bem gostoso umas duas quadras do hotel, eu pedi uma Parrilla muito bem feita, acompanhava o prato uma mesa de fiambres diversos, tinha miolo de boi a vinagrete, língua e outras gostosuras. Eu abusei. A noite no quarto o vento era tão forte que fazia um barulho enorme nas janelas, isso assustou demais a Milene e criou expectativa para os quilômetros a frente.
Parrilla deliciosa
No dia seguinte quando estávamos para sair aconteceu uma das situações mais engraçadas da viagem, Roberto ficou preso no elevador após uma queda de energia, a dificuldade foi ao pedir uma vassoura (escoba) para a atendente. Isso só foi resolvido com a chegada do Star fazendo uma mímica maravilhosa. Ainda teve o salto cinematográfico do Roberto pelo vão da porta entre os andares, conta o Star que foi algo parecido com o Batman.
Santa Rosa sem energia Batman!
Puerto Madryn foi nosso próximo destino. Aproveitando que nesse trajeto as estradas além de ótimas tem menor movimento, aproveitei para levar o Lucca e a Giorgia dar uma volta na garupa. Eles curtiram mas cansaram logo, além do frio que começou mais pesado.
Durante o dia na estrada o tempo fechou, mas no final do dia já chegando, um por do sol acompanhado com um belíssimo arco-íris nos surpreendeu. Uma pena que as máquinas não conseguem captar a imagem como um todo, com suas cores e dimensões.
Norte da Argentina
Lembram do frango da Sadia ?
Lucca curtindo as estradas argentinas
Brincadeira em uma das inúmeras paradas
Olha na boleia desse caminhão
Giorgia também na curtição
Primeiro aviso dos ventos que viriam a frente
Colando os adesivos da viagem
Motociclista alemão, vários os aventureiros do mundo todo na região
Durante o dia na estrada o tempo fechou, mas no final do dia já chegando, um por do sol acompanhado com um belíssimo arco-íris nos surpreendeu. Uma pena que as máquinas não conseguem captar a imagem como um todo, com suas cores e dimensões.
Arco-iris em Puerto Madryn AR
Puerto Madryn foi fundada em 1865 e tem cerca de 60mil habitantes. Considerado o maior balneário argentino é a entrada da Península Valdes que possui uma fauna enorme. Pinguins, lobos marinhos e baleias são os principais frequantadores. Não conseguimos passear e visitar a península, ficará para uma próxima viagem, quem sabe na época de baleias.
Ficamos em um Apart Hotel, algo como uma casa com três quartos, duas salas, cozinhas e outras dependências, legal pois pudemos interagir mais. Pedimos uma pizza e saboreamos junto.
Apart hotel em Puerto Madryn AR
Arquitetura e decoração são bem caprichadas
Desayuno, esse foi um dos melhores, a maioria nem Jamon e Queso
Caleta Olivia foi uma das piores cidades que passamos, feia, suja e bem despreparada para receber turistas. É a base dos operários petrolíferos da região, apesar de dizerem que é um balneário turístico. A rede hoteleira e precária, poucos e decadentes hotéis. Conseguimos vaga em um e acabamos tendo que dormir eu Lucca e Giorgia em uma cama de casal pequena, a Mi ficou numa cama de solteira, tudo no mesmo precário quarto, Ainda tivemos que tomar banho frio! Jantamos até bem no centro da cidade, quase em frente a estátua do "El Gorosito" que homenageia os trabalhadores petrolíferos.
Uzcudun ?
Aqui predominam os arbustos
Retas, arbustos, animais e ventos fortes
Alegria estampada
Energético para enfrentar as retas
Desbravando a Ruta 3
Chegando ao litoral
Já Comodoro Rivadavia que fica poucos quilômetros dali nos pareceu bem agradável, maior, mais organizada e com infra-estrutura, infelizmente nem na ida e nem na volta conseguimos pousar ali.
Comodoro Rivadavia AR
Nessas planícies se vê a chuva muito ao longe
A região é muito seca, então dificilmente chove
O sul da Argentina e Chile são muito ricos em petróleo
As árvores já crescem de acordo com o vento que é forte e constante
Cordeiros Patagônicos
Nos preparamos para a chuva de 5min
Pronto, já se foi a chuva
As estradas são espetaculares, asfalto perfeito, retas infinitas, muito bem sinalizadas e com um visual surreal.
Rio Gallegos é a capital da província argentina de Santa Cruz, com quase 80mil habitantes foi fundada em 1885. Com relevo plano e seco é conhecida como "cidade dos ventos", uma cidade bem agradável, tem uma boa rede hoteleira e de restaurantes. Percebemos que ela deve ser meio que uma parada obrigatória para quem vai pela região, no nosso caso dormimos três noites nela, não consecutivas. Na ida paramos por lá para pernoitar antes de seguir a El Calafate, depois paramos ali novamente antes de seguir a Rio Grande, e na volta foi nossa parada depois do Ushuaia, no dia mais pesado de nossa viagem, que contarei mais a frente.
Os Guanacos selvagens, muitos e atrevidos
Belas cores
Existe um atalho para El Calafate antes de chegar a Rio Gallegos, pelo rípio, mas como não é utilizado pelos caminhões então as condições são bem ruins, fui experimentar e desistimos.
Experimentando o rípio
Fazendo pose
Giorgia conhecendo um salar
Cooperando com a seca da região
Motos andando inclinadas por causa do vento
Rio Gallegos é a capital da província argentina de Santa Cruz, com quase 80mil habitantes foi fundada em 1885. Com relevo plano e seco é conhecida como "cidade dos ventos", uma cidade bem agradável, tem uma boa rede hoteleira e de restaurantes. Percebemos que ela deve ser meio que uma parada obrigatória para quem vai pela região, no nosso caso dormimos três noites nela, não consecutivas. Na ida paramos por lá para pernoitar antes de seguir a El Calafate, depois paramos ali novamente antes de seguir a Rio Grande, e na volta foi nossa parada depois do Ushuaia, no dia mais pesado de nossa viagem, que contarei mais a frente.
Base aeronáutica de Rio Gallegos AR
Ficamos no Hotel Austral em duas oportunidades, na última não tinha vaga. Quartos amplos, ótimo banheiro, camas box, sem ar condicionado pois não se faz necessário nem no verão.
Ali em Rio Gallego tivemos uma desagradável experiência gastronômica e social, fomos um uma franquia que serve comidas diversas, nada parecido com o que temos por aqui, o nome era Super Quick, além da comida caríssima que é servida para população de renda mais baixa, em média R$ 40,00 para um prato, ainda tivemos a companhia de mendigos dentro do restaurante ao nosso lado, pedindo comida. Uma boa indicação de restaurante é o Roco.
Delicioso cordeiro patagonico
Optamos por dormir ali pelo seguinte motivo: saindo dali 64 km fica o Paso de Integración Austral que é o complexo fronteiriço da Argentina com o Chile, portanto teríamos estresse para enfrentar. Depois poucos quilômetros de asfalto e chega-se ao Estreito de Magalhães onde pega-se a balsa, ou não, dependendo do tempo, vento e mar. Mais alguns km e vem o famoso rípio, 120km, difícil. Após isso alguns poucos quilômetros chega-se a Rio Grande e 200km depois Ushuaia. São muitos entraves e variáveis, por isso tem que sair cedo para iniciar esse trajeto, assim, Rio Gallegos tona-se parada obrigatória.
O Wolf, um de nossos companheiros, da M800, tinha agora três problemas para resolver, um era sobre a documentação da moto já mencionado, o caminho e a autonomia. Uns mineiros que encontramos em El Calafate contaram que um deles com uma HD Ultra teve muita dificuldade, parafusos soltos, painel quebrado e muito sofrimento para ele e a moto, aconselharam não entrar com a M800 naquelas condições. Também tinha o problema de combustível, a autonomia da M800 com o vento chegou a 12 km/l. Diante de tudo, a moto foi deixada em Rio Gallegos no hotel mesmo onde sabíamos que voltaríamos e o Wolf foi no carro.
Muito ao fundo estão as montanhas nevadas de El Calafate e Torres del Paine
Chegada em El Calafate, montanhas nevadas e o lindíssimo Lago Argentino
Condores
Meus anjos da guarda
El Calafate surpreende, em tudo. A cidade e muito agradável, bem turísticas com muito comércio, restaurantes e o que mais precisar. É uma pequena cidade localizada na província de Santa Cruz, próxima a fronteira com o Chile com aproximadamente 6mil habitantes.
É a cidade mais próxima ao Parque Nacional dos Glaciares, a cerca de 80 quilômetros, onde localiza-se a maior geleira em extensão horizontal do mundo: Glaciar Perito Moreno que encontra-se constantemente em evolução, e também o Glaciar de Upsalla.
É a cidade mais próxima ao Parque Nacional dos Glaciares, a cerca de 80 quilômetros, onde localiza-se a maior geleira em extensão horizontal do mundo: Glaciar Perito Moreno que encontra-se constantemente em evolução, e também o Glaciar de Upsalla.
Descarregando a energia acumulada
Motociclistas de todo o mundo
Após rodarmos bastante a procura de hotel resolvemos recorrer as informações turísticas, muito organizados indicaram três com valores e disponibilidade. Escolhemos o Los 2 Pinos, padrão simples, algo como um 3 estrelas simples no Brasil mas bem limpo e organizado. Esse não tinha café da manhã o que não foi problema pois havia uma padaria bem próximo. Engraçado são as cortinas assassinas (teoria do Star), aquelas de plástico que grudam em você quando entra... é o padrão em hotéis por lá, incluindo os 5 estrelas, sempre o chuveiro é dentro da banheira.
Hotel Los 2 Pinos em El Calafate AR
Hotel Los 2 Pinos em El Calafate AR
HD parcialmente avariada pelo rípio
Nosso melhor cordeiro patagônico foi saboreado aqui, assado, delicioso!
O supermercado é sempre cheio, pois é preciso se abastecer para as excursões, passeios e aventuras que saem dali. Os glaciares são o top das visitas, existem basicamente 5 maneiras de conhecê-los: indo ao Parque dos Glaciares, que deve ser feito por via terrestre (80 km do centro) onde se tem acesso as passarelas que ficam de frente a Perito Moreno e com uma vantagem, vista de cima, o que dá a dimensão de seu tamanho. Outro passeio e o mini treeking onde se anda pelo gelo, esse crianças ate 10 anos não podem fazer, e o tempo de caminhada é de 2 horas. Tem ainda a treeking grande que acho ser umas 6 horas de caminhada, power. Aí tem os passeios por barco, o curto que vai só ate Perito Moreno e o completo que contempla o Glaciar Upsala que e imperdível.
No primeiro dia fomos no passeio de barco completo, são 6 horas, mas muito legal, confortável e deslumbrante. Show a parte são os icebergs com suas cores fortes. Um deles é pescado e o gelo milenar pode ser consumido. O barco pára por um bom tempo na frente dos glaciares para ser contemplado e para aguardar o despencar de blocos de gelo das paredes, que nem sempre acontecem, como foi o caso.
Catamarã que faz o passeio pelo Lago Argentino até os glaciares
Icebergs e sua cores vivas
Família unida congela unida
Gelo milenar
As esculturas naturais
Glaciar Upsala
Esquentando...
...com gelo milenar
Glaciar Perito Moreno
No outro dia de manhã fomos ao parque, infelizmente o casal Stardust não pode nos acompanhar pois o Star pegou salmonela e estava se restabelecendo. Mais surpresas maravilhosas, o parque beira o lago Argentino e segue suas margens com muitas curvas, árvores e vegetação densa. Lebres correm por todos os lados e curva a curva a paisagem vai deixando a gente de boca aberta, até que se encara de frente o Glaciar Perito Moreno. Nas passarelas o visual é... é... difícil de encontrar palavra para definir tanta beleza e grandiosidade.
Carcaras argentinos. Por lá não se vê urubu.
Muitas lebres no caminho, exigem atenção
O glaciar Perito Moreno visto de cima, imenso
Ai tivemos umas das maiores surpresas da viagem, presenciamos a hora que um paredão imenso despencou. O barulho de um trovão que permanece por minutos, acha que devido ao deslocar das águas nas paredes. Uma onda enorme se forme e vem caminhando, um pequeno tsunami. A área onde se desprendeu o gelo velho fica com um intenso azul do gelo novo (ou velho, afinal é mais milenar). Quando achamos que já tínhamos visto o mais bonito surge das águas o iceberg pulando com força para a superfície, INCRÍVEL a beleza, força e sensação de criação que aquilo desperta. Saímos dali certamente como pessoas melhores, mais próximas da criação divina.
Momento mágico da queda do paredão
Retornamos a El Calafate para pegar o casal Star, abastecer e seguir novamente até Rio Gallegos onde fomos recebidos por outro belo arco-íris.
Não é fácil
A famosa Ruta 40
Que bom que avisam
Mais um arco-iris
Ñandu
Acordamos cedo, tomamos nosso café, bem bom pelo padrão normal argentino que geralmente é uma medialuna, margarina e suco artificial. Nesse tinha jamon e queso, algumas frutas também, o que era bem raro. Fomos abastecer as motos e o carro e por azar um descuidado deu ré em cima de minha moto, derrubando. Por sorte eu não estava nela, mas o barulho foi grande assustando todos, felizmente a moto é forte, só arranhou de novo o boleto direito.
Logo na saída da cidade, na policia, fomos parados para apresentar documentação, rotina. Aqui cabe um aparte: lemos em 90% dos relatos de viagens a Argentina sobre abordagem da policia pedindo propina com acusações absurdas e desrespeito. É minha segunda viagem grande pela Argentina e mais uma vez fomos muito bem tratados, os policias foram cordiais, quase nunca nos pediram para parar e mostrar documentação. Posso garantir que ao ver que somos brasileiros sempre nos facilitaram tudo, parabéns aos vizinhos.
O dia estava de vento moderado, em relação a dias bem mais raivosos que presenciamos a frente, mas o mar estava batido. No Estreito de Magalhães o embarque foi bem rápido, a balsa estava meia carga, mas balançava barbaridade. Minha moto quase virou duas vezes, avisados por outros motociclistas, Venezuelanos, o Star amarrou a moto dele na lateral da balsa e a minha na dele, depois me chamou e fiquei ao lado. A travessia é curta, nem meia hora, mas legal, Lucca e Giorgia curtiram muito. Logo na saída do complexo da balsa já tinha a placa da Tierra Del Fuego, parada obrigatória para as fotos.
Travessia do Estreito de Magalhães
Mar bravo
Um objetivo alcançado, Tierra del Fuego
Nesse trecho vimos raposas, daquelas bem típicas Fox, pequenas, peludas, selvagens, lindas.
Alguns quilômetros de asfalto, ou concreto, perfeitos e chegamos ao início do rípio. Respiramos, nos concentramos e tenho certeza rezamos intimamente para iniciarmos o trajeto.
Encarando os 120km de rípio
Trecho de rípio chileno
O rípio é tenso e funciona assim: eles jogam as pedrinhas na pista, pequenas e redondas como bolinhas de gude e não fazem qualquer tipo de compactação. Isso é “naturalmente” feito pelos caminhões que passam pela pista. Portanto tem que dar sorte de pegar a pista “velha” onde está bem compactada, se pegar ela recente vai estar cheia dos morrinhos assassinos. A vantagem é a absorção da chuva, pois presenciamos isso, e não forma lama.
Vento forte na orelha deslocando a moto lateralmente, por sorte o rípio estava bem compactado e firme, o que nos ajudou a ir pegando confiança, mas não perdendo o respeito. Teve um trecho em que estavam em obras, ali tinha bastante rípio solto, fofo, traiçoeiro. A moto quando entra nesses “fofos” perde toda a aderência e controle, difícil de segurar, e o vento.., ah o vento. As paisagens são belíssimas realmente de tirar o fôlego. São planícies com cores que se misturam com o céu.
No meio do caminho de rípio precisamos usar o combustível que levamos no teto da Sorento, difícil foi colocar nas motos com o vento que estava. Usamos um pouco mais na moto do Star (DL 650) e o resto dividimos nas duas BMW, cerca de 5 litros cada, suficiente para garantir que não tivéssemos alguma surpresa. Basicamente esse é o único trecho que é interessante se ter combustível extra.
Abastecendo as motos que com o vento perderam muita autonomia
Em um dos lagos que passamos o vento de tão forte formava ondas como no mar em um dia turbulento, incrível.
Aqui cabe comentar sobre a rica fauna da região. Se fala muito que a patagônia é bem deserta, sim, de pessoas, percorrem-se as vezes 200km sem se ver uma alma viva, só os carros nas estradas, no entanto animas de monte. Guanacos, ñandus (emas), carcarás, condores, raposas, lebres, cordeiros e cavalos selvagens aos montes. Exigem muita atenção dos motoristas, pois mesmo tendo uma baixa cerca que se estende por toda a patagônia, as mesmas são facilmente transpostas pelos animas que atravessam a estrada.
Rebanho de cavalos selvagens
O guanaco (Lama guanicoe) é um camelídeo ruminante nativo da América do Sul, cuja altura varia entre 107 e 122 cm e pesa cerca de 90 kg. Com Grandes olhos castanhos e pelagem curta, marrom clara e branca no tórax e no abdômen. Pode passar quatro dias sem água importante nessa região bem seca.
Guanacos e Cordeiros dividindo espaço
De Rio Gallegos até Rio Grande são somente 350km, até o Ushuaia apenas 550km, no entanto as dificuldades desse dia são tantas que é muito difícil conseguir chegar. Aduanas, balsa, rípio, vento, não é passeio, ainda mais em comboio (4 motos e um carro) tudo fica mais demorado. Assim preferimos dormir em Rio Grande.
Rio Grande tem uma população com cerca de 55mil habitantes, principal pólo industrial da Terra do Fogo. Gado, cordeiros e eletrônicos são seus principais produtos. Também possui um aeroporto internacional. Novamente tivemos dificuldade em encontrar hotel e acabamos ficando em um pequeno Hostal muito simples na quadra do mar chamado Antares. Fomos comer no único restaurante aberto naquela hora, ficava de frente a praça principal junto ao hotel Federico Ibarra. Ótima comida, simples mas deliciosa, um bife a cavalo, era a única refeição servida, podendo só optar por carne de gado ou frango.
Na realidade não me surpreendi com a Milene pois conheço bem a garra dela em qualquer situação. Se eu não estivesse certo de sua capacidade para pilotar 10mil km com nossas duas "crionças" no carro não teria deixado embarcarem nessa aventura. Imaginamos que em muitos momentos teríamos que esperar o carro pois seria mais lento principalmente nas ultrapassagens etc, mas isso não aconteceu, a Milene estava esperta o tempo todo e facilitou tudo. As crianças também estão de parabéns pois não atrasaram, ajudaram e se divertiram, o que nos deixou muito contente. O carro foi de grande utilidade sempre, água gelada, comida, bagagem.
Controlando a ansiedade acordamos cedo para encarar o último trecho para chegarmos ao nosso objetivo maior, o Ushuaia. O trajeto é muito bonito, muda muito a geografia, somem as planícies, vegetação rasteira e retas infinitas dando lugar a pequenas montanhas, florestas muito verdes e curvas, muitas curvas. Também é comum umas florestas com árvores sem folhas, parecem mortas, bem diferente. Em dado momento chegamos a um belíssimo lago chamado Lago Escondido, após subirmos um cerro chegamos a um mirante muito lindo. Logo adiante o mirante do Paso Garibaldi (coincidentemente o mesmo nome da última cidade de nossa aventura, no RS). Aquela região são os últimos fragmentos da Cordilheira dos Andes isso explica o cenário maravilhoso. O Monte Olívia com seus 1328 m de altitude é outro espetáculo a parte, a estrada em certo momento fica de frente a ele num trecho cheio de árvores. Ficamos devendo essa foto, mas tem vídeo.
Perto de Rio Grande AR
Frio
Lago escondido, perto de Ushuaia
Vegetação diferenciada
Bom, difícil escrever sobre a emoção de chegar ao objetivo, depois de tantas provações e a ansiedade, é como tirar um grande peso das costas. Toda entrada de cidade costuma ser feia, essa não foi diferente, prédios mais velhos, industrias e movimento. Tudo melhora quando se chega a Baía Ushuaia e começamos a adentrar ao centro. O reflexo da cidade na baía é lindo e a vista do canal de Beagle chama atenção.
Agora sim objetivo alcançado
Família feliz
Ushuaia é a capital da Província da Terra do Fogo, com cerca de 57mil habitantes. Seu nome provém do idioma indígena yagan: ushu + aia (fundo + baía = baía profunda). Está a sudoeste da Ilha Grande da Terra do Fogo, aninhada entre as encostas do Cerro Martial e do Monte Olívia e debruçando-se sobre a Baía de Ushuaia, no limite setentrional do Canal de Beagle.
A média anual de temperatura é de 4,7°C, variando de 0°C a 10°C, bem estável. Os ventos chegam a 80 km/h. No inverno o sol nasce pelas 10h e se põe pelas 16h, no verão chega a ficar claro 18h do dia. Enquanto estávamos lá escurecia pelas 23h e de manhã pelas 5h já estava claro.
Sua região foi habitada pelo homem desde milhares de anos, e foi colonizada por europeus a partir de meados do século XIX. A cidade cresceu lentamente ao longo da primeira metade do século XX, principalmente em função da instalação de um presídio, que trouxe muitos funcionários administrativos e atraiu novos colonos. A partir da metade do século o presídio foi extinto, a cultura se diversificou e o progresso se deu mais rápido, com a instalação de diversos serviços, a melhoria na infra-estrutura urbana e a criação de incentivos governamentais para a fixação de novos residentes. Atualmente a cidade é um importante pólo turístico da Argentina e se tornou famosa como La ciudad más austral del mundo (A cidade mais austral do mundo) ou La ciudad del Fin del Mundo (A cidade do Fim do Mundo).
A primeira viagem documentada do homem branco ao extremo sul do continente americano foi realizada por Fernão de Magalhães em 1520, embora já tenha sido sugerido que o europeu já conhecia a região antes disso.
Paramos no centro na central de informações turísticas para pegar dicas de hotéis e aproveitamos para tirar foto na placa Ushuaia. Outra dica é carimbar seu passaporte ali mesmo. Bom, aí começou a luta, 2 horas procurando hotel e nada, apenas um ou outro quarto caríssimos e em hotéis separados. Saímos do centro em direção ao Glaciar Martial onde sabíamos ter uns hotéis na subida do cerro. O primeiro desanimou pois até tinha vaga mas o valor era muito alto, coisa de US$ 450,00 a diária do quarto casal. No próximo sem vaga... o pessoal já estava voltando para recomeçar a procurar em chalés ou o que aparecesse, mas resolvi subir mais um pouco e então a sorte grande veio: Hotel Del Glaciar, um 5 estrelas de primeira, seus quartos tinham vista para a baía ou para o Glaciar Martial, foi a que ficamos, demais de lindo, a vista e as instalações. O preço não foi dos maiores levando em consideração o padrão e também que não fizemos pacote, pagamos US$ 475,00 a diária por um quarto quádruplo, foi o mais caro da viagem, mas, valeu a pena, afinal chegamos até ali e merecíamos um agrado. Como era umas 16h almoçamos no hotel, comida boa, mas típica cozinha européia com suas minúsculas porções. Combinamos de ir ao centro pelas 19h para passear, tiramos várias fotos e fomos jantar em um café muito gostoso.
Vista da bahia Ushuaia, Hotel Glaciar
Vista do Glaciar Martial
Hotel Glaciar, 5 estrelas
Mas as cortinas assassinas estão sempre ali
Vista da janela do quarto
Quem sabe um dia Antartida
Igreja do Ushuaia
De manhã fomos levar as motos do Star e Roberto para trocar o óleo e aproveitei para balancear os pneus da Sorento. Nos disseram que os preços no Ushuaia eram menores por causa do subsidio do governo, ledo engano, um pneu da Sorento pediram R$ 850,00 enquanto no Brasil custa R$ 600,00. Deixamos os veículos por lá e fomos de taxi até o Ônibus Tour, onde os demais estavam nos esperando. O tour é comentado por uma sonífera narradora.
Ônibus inglês de dois andares fazendo o tour pela cidade
Antigo presídio do Ushuaia
Farol
Ushuaia AR
Quando chegamos no aeródromo nos foi oferecido um passeio em monomotor que logo foi aceito pela gurizada, diga-se: Wolf, casal Star, Eu, Giorgia e Lucca. Milene, Roberto e Sueli continuaram o passeio de ônibus. Fomos em dois aviões, eu com as duas crias em um monomotor com capacidade de 4 pessoas. Não imaginei que aquela coisa balançasse tanto... resultado, na metade já estava suando frio e passando mal. Tirando isso, foi muito legal, passamos por toda a cidade, vimos o Glaciar Martial de cima depois entramos no canal de Beagle e fizemos um grande trecho dele chegando até a fronteira com o Chile. Realmente um lugar muito lindo !
O comandante do avião que estava o casal Star e Wolf permitiu que o Wolf pilotasse sobre o canal de Beagle, assim que soube que ele era brevetado. Ninguém entendeu porque o casal Stardust ficou com aquele sorriso nervoso.
Vista aérea do monomotor. Giorgia, Lucca, eu e o Hugo
Quem não conhece que te compra
Retornamos e fomos nos encontrar com o pessoal no antigo presídio, dali fomos almoçar no restaurante Tia Elvira que nos foi indicado como sendo uma das melhores Centollas da cidade. Se era a melhor eu não sei, mas era boa demais. Pedimos uma natural e uma no alho e óleo. Foi um dos pratos mais gostosos da viagem.
Um dos tops da viagem, a Centollas
Os exemplares das duas variedades têm em comum o peso de até dois quilos, com patas que podem chegar a mais de um metro, de uma ponta a outra. As centollas (centodjas, na pronúncia argentina), pertencem a uma categoria de crustáceos com um sabor normalmente definido como um meio-termo entre o do caranguejo comum e o da nobre lagosta. Pescado nas profundezas das águas frias da Patagônia argentina, mais de 200m de abaixo, o centolla é processado num barco-fábrica, o Talisman onde as garras e patas são fervidas em água do mar e depois congeladas para consumo, tudo em menos de 30 minutos, garantindo frescor.
Nos dirigimos até o porto onde sai o barco que faz o passeio do canal de Beagle, são cerca de 6h de navegação pelo canal, passando por ilhas de Lobos Marinhos, Aves diversas, Faróis e os engraçados Pingüins. Passeio agradável mesmo que um pouco demorado. Um fato interessante é que o barco vai até em frente a Puerto Willians (Chile) que geograficamente é a localidade mais austral, no entanto por ter apenas 2 mil habitantes o Ushuaia fica com esse título. Basicamente é uma base militar e universitária pois é ponto de saída também para a Antártida.
Lobos marinhos
Reparem na preguiça das folgadas
Cores
Farol del Fin del Mundo
Passeio no canal de Beagle
Ilha dos pinguins Magalhaes
Um pinguim Papua
Depois daquele belo passeio compramos queijos, fiambres e um bom vinho e saboreamos numa das salas de estar do hotel, com bom papo e gargalhadas.
Dia 26 de janeiro de 2012, esse foi o dia mais power, tenso, complicado, cansativo e prazeroso. De manhã fomos completar nosso outro objetivo, chegar até o final da Ruta 3 que fica no Parque Nacional Tierra Del Fuego na baía Lapataia. Toramos fotos com nossas camisetas da viagem na placa indicativa agradecendo por ter chegado ilesos até ali. O parque é lindo, bem arborizado com vários lagos de tonalidades diferentes. O caminho também é de rípio só que bem fino e de ótima qualidade, único inconveniente é que nas áreas de muita sombra tinha sempre uma laminha, mas nada problemático mesmo tendo chuviscado.
Pegamos a estrada já perto das 11h e tínhamos como meta chegar em Rio Gallegos. Até Rio Grande tranqüilo, só alegrias, depois é que a coisa começa a complicar. Chegamos na primeira fronteira perto das 17h, foi até rápida a burocracia, difícil foi ficar de pé com o vento que fazia.
Final da Ruta 3, em Lapataia
Outro objetivo alcançado
Parque Nacional Lapataia, Ushuaia AR
Pegamos a estrada já perto das 11h e tínhamos como meta chegar em Rio Gallegos. Até Rio Grande tranqüilo, só alegrias, depois é que a coisa começa a complicar. Chegamos na primeira fronteira perto das 17h, foi até rápida a burocracia, difícil foi ficar de pé com o vento que fazia.
Ventos com rajadas de até 80 km/h
Nesse dia o vento estava mais assustador que os demais, foi o dia mais forte. Entramos no rípio, por duas vezes quase fui jogado para fora da estrada pelo vento, reduzi e cheguei a colocar o pé no chão para trazer a moto no meio da via, que por sorte estava bem compactada. A Milene me disse que respirou fundo nas duas vezes.
Roberto passou por dois sustos também, um na ultrapassagem de um caminhão que andava a 20 km/h, o problema foi que ao ultrapassar o local tinha os assassinos morrinhos de rípio, por pouco ele não perde o controle com o caminhão a seu lado direito e um beiral no lado esquerdo, tenso! No trecho final cerca de 20km pegamos o rípio recente, terrível, era apenas duas linhas mais firmes onde passaram poucos caminhões e tinha enormes montes de rípio no meio e nas laterais da via, assustador. Roberto pegou um desses montes e por pouco não se perdeu.
Chegamos bem esgotados fisicamente, mas de alma lavada pois passamos tudo sem nenhum tombo, ou quase nenhum, a moto caiu quando parei para fazer um pipi e tirar foto de uma represa feita pelos castores.
Derrubada pelo vento
Represa feita por castores
20h30 estávamos na fila da balsa para atravessar o Estreito de Magalhães, não sabemos por que motivo mas apenas uma balsa estava atuando então ficamos de molho por uma hora até embarcarmos já anoitecendo, e esfriando cada vez mais. Mais 60km até a próxima fronteira com um frio de 4°C e sensação térmica negativa. Novamente não demorou tanto a burocracia e pudemos seguir nossa gelada viagem agora já no escuro.
Balça no Estreito de Magalhães
Arquitetura Galesa
Na fila da balsa
Curtindo o por do sol no Estreito de Magalhães
Fomos direto ao hotel Austral mas para nosso desconforto estava lotado, mais uma hora de procura e conseguimos outro hotel perto, o Hotel Sehuen, mais simples, mas nas condições que estávamos, ótimo. Isso já era 00h30. Eu, Roberto e Sueli fomos comer uma pizza pois não iríamos conseguir dormir com fome, os demais foram descansar.
Essas cidades pequenas são bem pitorescas, mesmo numa hora dessas ainda tem famílias com crianças na rua e restaurantes, creio que por causa da siesta onde eles fica das 12h até umas 16h com tudo fechado para dormir. Engraçado foi o garçom do restaurante que arrancou o cardápio da mão da Sueli para que ela agilizasse o atendimento, mais grosso que porta de opala.
Resumo do dia: 550km sendo 120km de rípio com ventos de até 80 km/h, 16h de pilotagem, 2 fronteiras, 4 graus de temperatura. Nada mal!
De manhã Star e Wolf foram trocar o óleo da M800 enquanto nós descansamos e aproveitamos para ir sacar la plata no cajero (caixa automático). Abastecemos e tocamos sentido Comodoro Rivadavia, mas essa por estar a 780km sabíamos que seria difícil alcançar. Os deslocamentos começaram a ser menores diariamente pois o corpo vai acumulando o cansaço e estresse da viagem.
Quero comentar da Parada e Hotel Lemarchand, bonita e agradável tem uma variedade grande comida, artesanato e iguarias da região, vale conhecer. Também a simpática cidade de Comandante Luis Piedrabuena que tem um rio belíssimo de águas verdes.
Piedrabuena
Com o calor forte da região durante o dia, é comum ver o pessoal usando os rios para se banhar e fazer um piquenique. Eles sabem aproveitar bem a natureza por lá.
Ventava muito nesse dia também, inclusive uma das fotos que mais mostra a inclinação da moto foi nesse local.
Mais vento
Não pegamos chuva mas as trombas d água estavam nos acompanhando por todos os lados, e com elas um lindo arco-íris.
Chuva forte ao longe
Mais um arco-iris
Tocamos até Tres Cerros e pernoitamos em um hotel de posto de combustível. O hotel foi o pior da viagem, mas com suas surpresas. Uma delas era o banheiro, não era com banheira nesse, mas um bidê grande onde se entrava dentro dele para tomar banho, muito estranho. A outra foi a refeição, um cordeiro ensopado com batatas que estava espetacular, um dos melhores sem dúvida. Tomamos um vinho de Cafayate, cidade que estivemos em 2010 na viagem para o Atacama.
Próxima parada em Trelew, 660km a frente. Entre Caleta Olivia e Comodoro Rivadavia a estrada beira o mar e tem um visual de tirar o fôlego. Paramos em uma encosta para tirar umas fotos do deslumbrante litoral. Chegamos pelas 17h30 em Trelew e fomos direto ao MEF - Museo Paleontológico Egidio Feruglio antes que o mesmo fechasse. Valeu muito a visita, tem fósseis da fauna e flora patagônica, tudo muito bem explicado e apresentado.
Os Tres Cerros ao fundo
Próxima parada em Trelew, 660km a frente. Entre Caleta Olivia e Comodoro Rivadavia a estrada beira o mar e tem um visual de tirar o fôlego. Paramos em uma encosta para tirar umas fotos do deslumbrante litoral. Chegamos pelas 17h30 em Trelew e fomos direto ao MEF - Museo Paleontológico Egidio Feruglio antes que o mesmo fechasse. Valeu muito a visita, tem fósseis da fauna e flora patagônica, tudo muito bem explicado e apresentado.
Trelew conta com uma população de 88mil habitantes, se formou por volta de 1886 pelos colonos galeses no final do século XIX. Seu nome significa "vilarejo de Luis", em referência a Lewis Jones (tre = povo Lew = Lewis), um dos primeiros colonizadores vindos do País de Gales. É um importante centro comercial e industrial e possui o polo têxtil de lã mais importante da Argentina. Em Trelew se industrializa e comercializa 90% da lã do país.
Ficamos no Hotel Centenário, bem no centro, por um lado uma boa escolha mas por outro tivemos problemas com a barulheira de madrugada. Uma constante nessas cidades são moleques com carros velhos e escapamentos abertos fazendo zueira madrugada a dentro, ali ecoava demais e isso incomodou. Vai o conselho, optem por hotéis mais afastados do centro. Outra coisa que chamou atenção lá é que a cidade parece jovem, muitas moças bonitas pela cidade, destaque para a pele das argentinas que são bronzeadas e perfeitas. Legal mesmo é a moda pois usam uma minissaia que mais parece um sinto de tão curtas.
Por indicação do hotel fomos em um restaurante chamado Deuce Café - Restó, ótima comida servida a la carte com pratos bem servidos e saborosos, ficou entre os tops da viagem.
Partimos com a meta de chegar até perto de Bahia Blanca cerca de 700km, mas cientes de que as condições físicas, ventos e transito poderiam nos atrapalhar. Fomos bem, contornando as três situações e resolvemos evitar a cidade grande portuária, e feia, de Bahia Blanca.
Assim um pouco antes vimos uma placa de um hotel termas na localidade de Pedro Luro, fomos ver e agradou. O nome do hotel é Termas de Ceferino Pedro Luro. Olha, de termas nada, são águas salobres numa estrutura bem mal conservada, feia. Mas o hotel é agradável com um gramado convidativo para um final de tarde com por do sol regado a cerveja. A região é infestada de papagaios que voam de manhã e no final do dia em bandos enormes fazendo grande algazarra, um show a parte. Comum ver dezenas deles nos fios perto das plantações de girassóis.
2 horas de fila nos 37 graus para combustível
Assim um pouco antes vimos uma placa de um hotel termas na localidade de Pedro Luro, fomos ver e agradou. O nome do hotel é Termas de Ceferino Pedro Luro. Olha, de termas nada, são águas salobres numa estrutura bem mal conservada, feia. Mas o hotel é agradável com um gramado convidativo para um final de tarde com por do sol regado a cerveja. A região é infestada de papagaios que voam de manhã e no final do dia em bandos enormes fazendo grande algazarra, um show a parte. Comum ver dezenas deles nos fios perto das plantações de girassóis.
A surpresa foi o jantar, muito bem feito, caseiro e típico. Ali experimentamos a Viscacha, um roedor de tamanho médio, um pouco menor que uma lebre. Tem orelhas e rabo maior e são gostosos.
Nosso destino agora era perto de Buenos Aires, não na capital pois seria muito desgastante entrar na cidade final de tarde depois de andar uns 700km. Assim seguimos o caminho e quando chegamos uns 100km antes de Bue começamos a verificar opções para ficar. Paramos numa cidade chamada São Miguel Del Monte, muito simpática bem de interior. Nela tem um grande e lindo lago e ali conseguimos um hotel bem de frente para ele. Boas acomodações (dentro do padrão argentino) e boa comida. O destaque ficou mesmo para o lago que aproveitamos no anoitecer valendo belas fotos e as crianças até uma piscina conseguiram pegar. Jantamos no hotel mesmo que servia carnes e outros.
Hotel em São Miguel del Monte AR
De manhã fomos para Buenos Aires onde iríamos atravessar com o Buquebus para Colonia Del Sacramento. Optamos por seguir a Ruta 3 até seu início, mesmo que isso significasse ficar horas no transito infernal da entrada de Bue com muito calor e malucos nos cortando a frente. Mas assim fizemos e com isso completamos mais um objetivo: percorrer os 3079km da Ruta 3 do início ao fim ! Chegamos no buquebus as 11h30 e já compramos as passagens para nós e os veículos para as 15h30, assim não deu tempo de irmos até Puerto Madero almoçar, mesmo que ali do lado. A Giorgia queria muito conhecer Buenos Aires, apesar que só de passagem, ela curtiu.
Buenos Aires AR
Inicio da Ruta 3, Buenos Aires AR
Buquebus, Buenos Aires AR até Colonia del Sacramento UR
Aproveitamos para passar em uma mecânica e ver os barulhos da relação da moto do Star que estavam bem altos, o mecânico diagnosticou que a corrente estava bem desgastada e talvez coroa e pinhão, mas que agüentava mais uns bons km. Levando em consideração isso e o preço abusivo que queriam pela relação, Star decidiu tocar até o Brasil naquelas condições.
Para a moto, carro e nós quatro gastamos cerca de R$ 1mil no traslado pelo Rio de La Plata, nada barato, optamos pelo rápido (1h) o mais lento (3h) é um pouco só mais em conta. É bem agradável, uma estrutura parecida com um avião, com lanchonete e o free shop, alegria das mulheres. O tramite é demorado pois tem que se lembrar que vai ser atravessada uma fronteira (AR – UR), então após a compra da passagem tem a burocracia fronteiriça e a aduana. Temos que levar os veículos para um estacionamento interno onde são vistoriados enquanto fazemos os papeis de saída e entrada do país, depois descemos novamente para serem verificadas as documentações, aqui de forma muito completa, que no nosso caso deu um problema.
Como já havia comentado o Wolf viajou sem a autorização da esposa que é o nome que está no documento da moto. A fiscal já encarnou logo de início e foi chamar o superior. O policial federal argentino veio com o papo de que não tinha jeito que não tinha como liberar, a moto seria retida e só poderia ser retirada pela Sra. Wolf. O Wolf quase pirou, imaginem. Justificamos que foi liberada a entrada e que não tinha cabimento encrencar pela saída. O Star cutucou o policial dizendo que levamos dinheiro para a Argentina e que isso é fundamental para eles, aí o policial ficou bravo, dizendo que quando veio para o Brasil os policiais daqui deixaram ele 5h esperando para depois dispensar. Para mostrar que ele era melhor que os brasileiros, liberou a moto, com aquela cara de quem é superior. Importante que tudo deu certo, mesmo que tenha dado PT (perda total) na cueca do Wolf.
A travessia foi tranqüila, na realidade é até rápida demais considerando que nós temos que descer antes para desamarrar as motos e aguardar a liberação, mas tudo bem.
Colonia del Sacramento é uma cidade do Uruguai com algo em torno de 22mil habitantes. Tem origem na antiga cidade de Colônia do Santíssimo Sacramento fundada há 332 anos por Manuel Lobo, a mando do Império Português no século XVII. A área onde localiza-se a fundação portuguesa hoje faz parte do Centro Histórico, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade. Vive do turismo que é muito explorado, algo como Paraty aqui no Brasil. Estava muito cheia pois é invadida nas férias pelos argentinos, causando nova dificuldade em conseguir hotel. Solução foi separar o pessoal. Nós ficamos na Pousada Manuel Lobo, muito charmosa, um prédio de época bem antigo. O mobiliário também seguindo o estilo, banheiro com box de vidro, ar condicionado e camas confortáveis. O café da manhã é o padrão argentino também, mas bem feito e num jardim bem agradável.
Colonia del Sacramento é uma cidade do Uruguai com algo em torno de 22mil habitantes. Tem origem na antiga cidade de Colônia do Santíssimo Sacramento fundada há 332 anos por Manuel Lobo, a mando do Império Português no século XVII. A área onde localiza-se a fundação portuguesa hoje faz parte do Centro Histórico, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade. Vive do turismo que é muito explorado, algo como Paraty aqui no Brasil. Estava muito cheia pois é invadida nas férias pelos argentinos, causando nova dificuldade em conseguir hotel. Solução foi separar o pessoal. Nós ficamos na Pousada Manuel Lobo, muito charmosa, um prédio de época bem antigo. O mobiliário também seguindo o estilo, banheiro com box de vidro, ar condicionado e camas confortáveis. O café da manhã é o padrão argentino também, mas bem feito e num jardim bem agradável.
Colonia del Sacramento UR
Pousada Manuel Lobo
Pena que estávamos todos muito cansados e acabamos jantando tarde e fomos deitar logo, fica para uma próxima visita a Milene e as crianças conhecerem mais da cidade. De manhã fomos até o farol para tirar fotos e depois seguimos viagem que teve destino final Chui, já em nosso querido e saudoso Brasil.
Seguimos pela rodovia que liga a Montevideo, capital linda demais. Sempre comento que lá tem a mesma beleza de Buenos Aires mas sem transito, sem sujeira e ainda com uma bela orla. Quero voltar para passar uns dias por lá, realmente conhecer e não só de passagem como faço pela segunda vez. Passamos propositalmente pelo centro antigo, depois fomos seguindo a orla até pegar a rodovia que liga a Punta Del Leste, não sem antes parar em Punta Ballena.
Perto de Montevideo UR
Punta Ballena UR
Casapueblo do artista uruguaio Carlos Páez Vilaró
Esse é outro lugar muito especial, não só pelo visual que é cinematográfico, mas também pela presença da Casapueblo do artista uruguaio Carlos Páez Vilaró, é um museo galeria, algo muito diferente com sua arquitetura exótica. Pela segunda vez não consegui visitar por causa do tempo limitado, mais uma parada na lista futura. Uma curiosidade: Vilaró é pai do Carlitos Páez um dos 16 sobreviventes daquele vôo uruguaio que caiu com a equipe de rugby nos Andes chilenos, história contada no filme Vivos.
Entramos em Punta Del Leste percorrendo a orla, mas a cidade também estava muito cheia, nem conseguimos parar na escultura da mão pois tinha muita gente, não teria graça. Seguimos passando pela “punta teletubies”, para quem assistia esse programa infantil deve lembrar daqueles gramados verdes ondulados. É comum aqui terem o gramado em forma de morro protegendo a casa do vento, formando um muro natural, impressionante. Nesse trecho são casarões e mais casarões, chega a deixar agente deprimido. Nossa idéia era parar quase na divisa com o Brasil no Forte Santa Tereza mas começou a chover atrapalhando a visita, então seguimos até o Chuí.
Estradas uruguaias
Na fronteira tive uma decepção muito grande, sempre considerei os uruguaios pessoas fantásticas, humildes e prestativas, mas um deles pisou feio na bola. A Milene por descuido jogou fora os dois vistos de entrada no Uruguai dados na fronteira em Buenos Aires, mesmo estando com o passaporte carimbado com data e tudo não acharam o suficiente e tentaram aterrorizar dizendo que teria multa etc. Finalizando a lambança um “sr.” me chamou para a sala ao lado e pediu para eu deixar um churrasco gordo para ele. Pois é... cansado e já sem vontade de me estressar foi o que fiz com um baita ódio. Mas deixo claro que não é um safado desses que vai mudar minha ótima opinião pelos hermanos uruguaios, vagabundo tem em todo lugar.
Fomos no Bertelli Chui Hotel que de longe tem um padrão melhor do que quase todos os hotéis que ficamos na viagem, principalmente no café da manhã. É, nosso Brasil é mesmo abençoado, não podemos reclamar, nosso padrão é muito bom em tudo, alimentação e hospedagem dão um show.
Como esse mundo é pequeno não, Chui, fim do Brasil e encontro um amigo da patota de vôlei de Blumenau no mesmo hotel, chegou praticamente junto.
Ponte do Guaíba, Porto Alegre RS
Nossa próxima parada foi Garibaldi RS, a escolha do local foi por dois motivos: o barulho da relação da moto do Star estava cada vez pior, então fizemos contato com o amigo Probst de Bento Gonçalves que fica ao lado de Garibaldi para ele indicar um mecânico de confiança. O outro motivo era o Hotel Mosteiro São José que conheci alguns anos atrás a trabalho.
Hotel Mosteiro São José, Garibaldi RS
Primeiro deixa eu apresentar um pequeno histórico do mosteiro: Em 1898, da França, a bordo do "Cordillére", chegam ao Brasil as Irmãs de São José de Moüthier, fundando a comunidade Religiosa denominada São José. No ano seguinte uma epidemia da febre amarela ceifa muitas vidas do povo de Garibaldi e de duas Irmãs fundadoras. Após esta grande provação, a Comunidade Religiosa do Convento São José, carinhosamente chamada de a "Noiva da Colina" começa a prosperar, recebendo um incontável número de jovens, que no ardor da mocidade queriam consagrar sua vida a Deus. Em 1963, com a transferência da Casa Mãe da Província para Caxias do Sul, o grande prédio no alto da colina, em Garibaldi, passou a ser utilizado para hospedagem de famílias e pessoas que desejassem aproveitar o ar puro da serra gaúcha, recuperando energia nas férias ou mesmo durante o ano. Em 1972 foi organizada e assumiu a primeira diretoria para administrar o Hotel Mosteiro São José, contando atualmente com 35 amplos apartamentos, jardins e agradáveis áreas verdes, situado em uma das melhores colinas da Terra do Champanha. (www.hotelmosteirosaojose.com.br)
Nosso amigo Probst é outra figura pitoresca da serra gaucha, gente muito boa e prestativo a extremos sempre está disponível para ajudar os amigos motociclistas ou não. Ele é editor de um blog muito legal que mistura motociclismo com gastronomia, gastropasseio.blogspot.com, visitem!
Já no Uruguai o pneu traseiro direito da Sorento começou a baixar depois de rodados cada 200km e isso veio se agravando, até ficar bem complicado, por sorte ali em Garibaldi.
Como já era tarde deixamos para ver da moto e do pneu do carro no dia seguinte de manhã e aproveitamos para ir jantar com o amigo em um dos seus locais especiais em Garibaldi, a Trattoria Primo Camilo. Além da comida que é um absurdo de boa ainda tem uma carta de vinhos e cervejas muito diferenciada. Uma dica inclusive é pedir um único prato para pelo menos três pessoas, pois é um abuso a quantidade.
Cantina Primo Camilo em Garibaldi RS
De manhã bem cedo levei a Sorento na borracharia e em poucos minutos tudo foi resolvido com um daqueles macarrões. Já a moto do Star iria ficar pronta só no outro dia. Então nós e Roberto seguimos viagem e Star e Wolf ficaram para resolver o problema e seguir no outro dia.
Em Lages Roberto seguiu para a Serra do Rio do Rastro e depois foi na casa de um amigo em Balneário Camboriú.
Chegamos em casa já final do dia, cansados mas felizes, muito felizes !
A sorte sempre nos acompanha, afinal acompanha pessoas de bem, chegamos na sexta e na segunda a Milene foi internado com a apendicite aguda para fazer a cirurgia. Wolf na subida da serra em SP ficou sem moto, deu problema sério no motor. Tudo isso perto de casa, não é mesmo sorte?
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Alguns números
Km total: 10.318 km
21 dias
Média Km dia: 500km
Maior km dia: 850km
Maior tempo de estrada: 16h
9 guerreiros (1 carro e 4 motos)
4 paises (Brasil, Uruguai, Argentina e Chile)
16 pousadas (São Borja, Campana, Santa Rosa, Puerto Madryn, Caleta Oliva, Rio Gallegos, El Calafate, Rio Grande, Ushuaia, Trelew, Tres Cerros, Pedro Luro, San Miguel del Monte, Colonia Del Sacramento, Chui, Garibaldi)
Temperatura minima: 4 graus (Rio Gallegos)
Temperatura Maxima: 38 graus (Porto Alegre)
Rajadas de vento de 80 km/h
300km de rípio (pista de pedregulhos)
MOTO BMW F800GS
Sem garupa, bagageiros meia carga
Consumo médio: 21,5 km/l
Litros: 490 litros
Preço média Nafta: R$ 2,60 litro
Total gasto Nafta: R$ 1.274,00
KIA Sorento Diesel
Um adulto e duas crianças, carregada
Consumo médio: 9,5 km/l
Litros: 1100 litros
Preço média Diesel: R$ 2,20 litro
Total gasto Diesel: R$ 2.420,00
Quanto aos pneus o desgaste é muito grande no centro devido as retas que são 90% do trajeto, deixando o mesmo quadrado, além disso tem um desgaste maior na banda esquerda por causa do vento lateral que incide deste lado por muitos mil km. O pneu volta com muitas deformidades e já apresentando maior vibração na moto. Assim é fundamental sair com pneus novos.
A relação das motos com corrente é bastante forçada durante todo o trajeto por causa do vento contra em toda a ida e parte da volta, tem também o rípio que força demais todo o conjunto.
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Alguns números
Km total: 10.318 km
21 dias
Média Km dia: 500km
Maior km dia: 850km
Maior tempo de estrada: 16h
9 guerreiros (1 carro e 4 motos)
4 paises (Brasil, Uruguai, Argentina e Chile)
16 pousadas (São Borja, Campana, Santa Rosa, Puerto Madryn, Caleta Oliva, Rio Gallegos, El Calafate, Rio Grande, Ushuaia, Trelew, Tres Cerros, Pedro Luro, San Miguel del Monte, Colonia Del Sacramento, Chui, Garibaldi)
Temperatura minima: 4 graus (Rio Gallegos)
Temperatura Maxima: 38 graus (Porto Alegre)
Rajadas de vento de 80 km/h
300km de rípio (pista de pedregulhos)
MOTO BMW F800GS
Sem garupa, bagageiros meia carga
Consumo médio: 21,5 km/l
Litros: 490 litros
Preço média Nafta: R$ 2,60 litro
Total gasto Nafta: R$ 1.274,00
KIA Sorento Diesel
Um adulto e duas crianças, carregada
Consumo médio: 9,5 km/l
Litros: 1100 litros
Preço média Diesel: R$ 2,20 litro
Total gasto Diesel: R$ 2.420,00
Quanto aos pneus o desgaste é muito grande no centro devido as retas que são 90% do trajeto, deixando o mesmo quadrado, além disso tem um desgaste maior na banda esquerda por causa do vento lateral que incide deste lado por muitos mil km. O pneu volta com muitas deformidades e já apresentando maior vibração na moto. Assim é fundamental sair com pneus novos.
A relação das motos com corrente é bastante forçada durante todo o trajeto por causa do vento contra em toda a ida e parte da volta, tem também o rípio que força demais todo o conjunto.
Roupas de chuva são padrão, apesar de não termos utilizado tanto, elas quebram também um galhão como corta vento. Nessa viagem levei uma meia impermeável da SealSkinz, aprovada e recomendada, foi ótima, além de auxiliar no aquecimento dos pés sem deixar acumular suor.
Importante é levar as roupas térmicas, x-therm e fleece no meu caso.
O que me fez falta foi uma boa luva impermeável, ainda não consegui encontrar uma 100% eficaz e confortável. O que posso dizer é que o aquecedor de manopla ajuda demais nesse caso, pois mesmo com a mão molhada ele dá conta de aquecer.
Dia | Saída | Chegada | km |
1 | Blumenau | São Borja | 850 |
2 | São Borja | Campana | 780 |
3 | Campana | Santa Rosa | 600 |
4 | Santa Rosa | Puerto Madryn | 780 |
5 | Puerto Madryn | Caleta Olivia | 520 |
6 | Caleta Olivia | Rio Gallegos | 700 |
7 | Rio Gallegos | El Calafate | 310 |
8 | El Calafate | El Calafate | 100 |
9 | El Calafate | Rio Gallegos | 310 |
10 | Rio Gallegos | Rio Grande | 340 |
11 | Rio Grande | Ushuaia | 210 |
12 | Ushuaia | Ushuaia | 150 |
13 | Ushuaia | Rio Gallegos | 550 |
14 | Rio Gallegos | Tres Cerros | 495 |
15 | Tres Cerros | Trelew | 670 |
16 | Trelew | Pedro Luro | 650 |
17 | Pedro Luro | San Miguel del Monte | 665 |
18 | San Miguel del Monte | Colonia del Sacramento | 115 |
19 | Colonia del Sacramento | Chui | 510 |
20 | Chui | Garibaldi | 510 |
21 | Garibaldi | Blumenau | 400 |