"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” Amyr Klink

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Pilotando sua Empresa



Nesses 20 anos como empresário, alguns fatores marcantes contribuíram para o amadurecimento de minha gestão: posso citar o casamento, pois gerir uma relação não é algo simples como todos sabemos; os dois MBAs que fiz logo após terminar minha formação em Ciências da Computação, um de Gestão Empresarial e Marketing e outro de Gestão Estratégica de Factorings, pois a troca de experiências profissionais geram mais conhecimento que muita teoria; a paternidade, já que educar crianças é algo que acrescenta muito em nosso dia a dia profissional: ser mais paciente, tolerante, comedido e outras virtudes; e o motociclismo, minha outra grande paixão. Esse será o foco desse artigo, em que descreverei com mais detalhes como apliquei os ensinamentos que conquistei nos anos de empresário e com o que aprendi nesses seis anos em duas rodas. O difícil é saber quem ajudou mais um ao outro, se o empresário ao motociclista ou o motociclista ao empresário... Por várias vezes fiz mentalmente essa analogia entre o que estava vivenciando em duas rodas e a gestão da minha empresa, fui anotando tudo para um dia escrever algo mais elaborado e, enfim, acho que chegou a hora.

Se você não gosta de moto, continue lendo, pois certamente gosta de sua empresa, deve gostar de viajar, mesmo que de carro.

Revendo meu material do MBA de Gestão Empresarial e Marketing feito no IBES em 2003, na disciplina de Gestão Estratégica do Dr. Edgar J. C. Menezes encontrei essa frase: Fazer Estratégia significa definir o ONDE se quer ir e o COMO chegar até lá. Será que tem tudo a ver com o Motociclismo esse negócio de Empresas?

Organizar uma viagem grande de mototurismo é mais ou menos como abrir uma nova empresa, ou prefiro dizer: criar um novo produto para nossa empresa. A pré-viagem exige, igualmente, um planejamento detalhado, algo como um plano de negócios dentro de um planejamento estratégico. Na jornada, entram todos os conhecimentos de gestão, monitorando, avaliando, alterando metas, compartilhando e ajustando tudo que não estiver dentro do planejamento inicial. Por fim, depois de retornar, vem a fase de avaliação e análises, onde surgem as melhorias para a próxima empreitada.

Lembrete: Um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. Em um modelo simplista, os principais planejamentos a serem analisados para um novo negócio ou produto são: O empreendimento, os profissionais, metas e objetivos, a análise de mercado, o plano operacional, o plano financeiro e a avaliação estratégica.

Seguem minhas analogias.

O Empreendimento, Metas e Objetivos - roteiro - Viajar de moto é diferente de outras viagens, pois o roteiro é tudo: o destino é apenas o ponto de início do retorno, o meio da viagem. Normalmente, todos os dias temos destinos e novidades para se ver e aproveitar, e isso excita, impulsiona, não nos deixa cair na mesmice, na acomodação. Elaborar o roteiro exige muita atenção, pois temos que pensar em vários pontos como tempo disponível, estradas, hotéis, altitudes, clima e outros fatores.
O roteiro tem que atender a expectativa de todos que vão participar dele: paisagens, culturas, e gastronomia são alguns indicadores. Viajar mais quilômetros por dia ou ficar mais tempo em cada parada? Isso depende do objetivo que o grupo deseja com a viagem. Quando se pensa em criar um novo produto ou ramo de negócio um dos pontos principais é a meta e o objetivo, o que se quer, quem é o público-alvo; tudo isso tem que ser previamente analisado, para não se criar algo que vai atender apenas a expectativa e necessidade do empreendedor. Muitas vezes se cria algo pensando em retorno a curto prazo, e o mercado entende isso como algo de longo prazo. Logo, imagina-se algo que é de extrema necessidade ao usuário, mas ele entende como algo mais apenas. Isso infelizmente é bastante comum e deve ser previsto.

Um objetivo e um bom roteiro

Os Profissionais - parceiros - Nada fácil, como em nossas empresas, que se faz necessário decidir corretamente quem serão seus sócios, colaboradores, parceiros e até os clientes. Numa viagem de moto, essa questão é tão importante quanto. Serão muitos dias compartilhando as alegrias, os problemas, os espaços. Importante saber qual a aptidão de cada companheiro, suas limitações físicas e emocionais, e como gerenciar isso. Nada diferente do nosso dia a dia na empresa, não é mesmo?
Exceto que na empresa não dormimos no mesmo quarto, com o cara roncando ao lado. O maior problema geralmente é no final da viagem, quando todos já estão mais cansados e ansiosos para voltar para casa. Veja, essa situação é muito similar no mundo empresarial: depois de alguns anos de empresa, algumas pessoas começam a se estressar por motivos pequenos, por vícios adquiridos ao longo dos anos. Como mudar isso? Bom, manda ele virar motociclista... Ou tem que se criar um novo desafio, algo que estimule o profissional a se aventurar por um novo caminho na empresa, enxergar novos rumos.

A escolha dos parceiros certos

Plano Operacional - Escolha da moto certa ou do roteiro de acordo com a moto - Vemos muito isso nos negócios: ou escolher novos produtos que não têm relação com o foco da empresa nem com o mercado, ou usar ferramentas erradas para gerir, o que certamente vai gerar problemas ou aumentar demais o risco do negócio. No meu ramo empresarial, que é de TI, vemos muitas empresas deixando de diminuir seus riscos, diminuindo a rentabilidade, pois insistem em usar ferramentas defasadas ou não dimensionadas para seu negócio, não investem em infraestrutura e segurança, muito menos no treinamento dessas ferramentas.
No motociclismo é igual, mas dependendo da moto o roteiro tem que ser diferente: estradas que incluem terra ou rípio só devem ser feitas em motos tipo bigtrail, com pneus dimensionados, acessórios de reparos, entre outros. Sei que aqui muitos vão criticar dizendo que até de Biz, custom ou outras já fizeram esses caminhos, mas meu foco aqui é empresarial, e no meu entendimento fazer algo onde se aumenta o risco a extremos não é um bom negócio. Outro ponto é a relação potência/peso: se vai ficar muitos dias e a viagem vai ser com garupa, uma moto de baixa cilindrada vai sofrer demais, aumentar a probabilidade de pane, aumentar o risco em ultrapassagens. Igualmente adquirir um sistema “meia boca” para gerir um negócio que gira milhões em carteira, falta potência, controle.
Outro ponto importante a ser considerado é o planejamento de manutenção da moto, algumas exigem troca de óleo a cada três mil quilômetros, outras a seis ou dez mil: cabe avaliar se o roteiro vai contemplar oficinas especializadas, caso a moto ainda esteja na garantia.


Plano Operacional - Equipamentos e Acessórios - Não basta ter um bom servidor de dados e não ter um ótimo antivírus na rede. Impressora lenta geralmente é motivo de rede mal estruturada. Custos elevados de documentos transitando para colher assinaturas podem ser reduzidos a quase nada com uso de assinaturas digitais. Esses são alguns exemplos que mostram que acessórios não são perfumaria na sua empresa. Se bem escolhidos, dimensionados e implantados de forma correta, só aumentam a segurança, o conforto e diminuem os custos, sejam os mensais ou os eventuais.
A mesma coisa acontece com as viagens: se faz necessário analisar, prever e dimensionar. Ferramentas mínimas necessárias (arame, corda, alicate, chaves de roda etc.), reparador de pneu, lâmpada reserva, entre outras. Se for pegar trechos noturnos, faróis auxiliares, protetor de farol, protetor de motor com descanso de perna; se parte do roteiro é off-road, pneus apropriados. Prevendo frio, uma pequena barraca, manta térmica, cantil. Aqui poderia descrever inúmeros outros exemplos, mas o importante é, como disse anteriormente, analisar, prever e dimensionar.


Plano Operacional - Treinamentos - Não basta ter um bom equipamento, acessórios disponíveis e não saber usá-los de forma correta. Tentativa e erro em situações críticas é inviável. Ter um treinamento de pilotagem em asfalto, chuva, off-road, saber usar a frenagem corretamente, ABS, trocar um pneu, reparar furos, trocar óleo, ajustar a corrente; investir em treinamento sempre tem retorno.
Em nossas empresas geralmente usamos um pequeno percentual das ferramentas que temos disponível, e muito por falta de conhecimento. Outra situação é que, com a rotatividade de colaboradores, o conhecimento vai se perdendo com o tempo. Por isso é importante reciclar sempre os treinamentos, nas diversas áreas da empresa, sejam operacionais, gerenciais e até em nível estratégico. Quanto mais estamos treinados, mais estamos preparados para os imprevistos.

Treinamento off-road

Análise do Mercado - ambiente - Considero esse o ponto mais difícil do plano de negócios e de viagem, pois nunca termina. É necessário avaliar o mercado antes e durante o percurso do projeto. Quando se pensa em uma nova empresa ou produto, a análise é grande, público, local, cultura, política local, política nacional e internacional, mercado financeiro, mercado de trabalho. É complexo e trabalhoso, mas nessa análise está boa parte do sucesso ou não do negócio. Mas não basta ter essas informações somente antes da execução, é preciso monitorar esse mercado o tempo todo. Normalmente todo o ambiente de mercado é muito mutável, muitos itens diariamente, outros com prazos um pouco maiores, mas que sempre mudam.
Estudar o roteiro, seus povos e culturas, as estradas, postos de abastecimento, policiamento, o clima da região na estação escolhida é muito importante. Aqui darei um exemplo mais específico: é muito comum viagens pela América do Sul, cruzando algum dos Pasos dos Andes. Chega-se a altitudes acima dos quatro mil metros de altitude do nível do mar, e nesses locais existe o Soroche (mal das alturas), efeitos causados pela dificuldade do organismo em absorver oxigênio, que pode ser letal. Aliada a isso, a mudança de temperatura entre o dia e a noite é absurdamente grande, variando mais de 30 graus muitas vezes.
Há vários casos relatados de viajantes que, avaliando de forma errada o ambiente, resolvem atravessar esses pasos no final da tarde, subestimando a travessia e achando que será feita em pouco tempo. No entanto, é comum demorar mais que o esperado, seja pela inconveniência do Soroche ou por se parar muito pela beleza dos locais, que nos forçam a tirar muitas fotos e filmar. Quando se percebe cai a noite, o frio intenso e congelante, o perigo de uma nevasca, falta de água e comida, o que pode ser uma armadilha fatal. Veja que, nesse exemplo, todo o risco desnecessário ocorre por falta de análise do ambiente antes e durante o projeto. Outro exemplo é o desgaste prematuro de pneus, devido a escolha de pisos diferenciados. Cabe aqui comentar que uma ferramenta de localização via satélite, como por exemplo o Spot, nesses casos, pode ser a diferença entre a alegria e a tristeza.

O ambiente muda

Espero que cada leitor desse artigo esteja fazendo suas analogias próprias, veja quantos exemplos cada um de nós temos em nosso dia a dia de trabalho ou de viagens.

Plano Financeiro - Esse item exige extremo cuidado ao ser analisado. Não que os demais devam ter menos importância, mas, quando se mexe com dinheiro, qualquer erro pode ser desastroso. Em nossos negócios muito deve ser planilhado, desde os custos operacionais, custos fixos, custos extras, oportunidades, rentabilidade, e assim por diante. Às vezes não enxergamos onde está nosso maior ganho ou nossa maior perda. Em nossa carteira existem clientes que dispendemos muito recursos, sejam eles financeiros ou operacionais, e temos como retorno uma rentabilidade mínima, as vezes até negativa.
Outros clientes que dão uma enorme rentabilidade, segura, estão deixando de ser devidamente abordados. Nas viagens nos deparamos com algo parecido, localidades fora dos centros turísticos convencionais costumam ter um custo muito inferior e muitas vezes são tão ou mais belas, inóspitas e exclusivas. Uma viagem pode ter seu custo variado em mais de 100%, dependendo do padrão adotado de hotéis e refeições, que são os custos mais altos. Da mesma forma, uma ação de lançamento empresarial varia muito também, dependendo o público alvo, local de atuação, entre outros. Hoje, não se pode desconsiderar a internet, que traz resultados maiores a custos menores, e na maioria das vezes é desconsiderada pelas empresas: uma grande falha!

Avaliação estratégica - acompanhamento - No âmbito empresarial a avaliação estratégica visa monitorar, analisar, avaliar, corrigir e depois voltar ao ciclo novamente. Manter-se dentro do planejado ou desenvolver novos processos para novos rumos fazem parte. Não é nenhuma vergonha chegar em um ponto do projeto e verificar que se deve mudar de direção: temos que lembrar do ambiente mutável, que hoje pode ser bom, amanhã não e depois de amanhã, excelente.
Nas viagens algumas ações podem nos auxiliar: fazer reuniões durante o percurso para tomar decisões em conjunto, revendo locais, rotas e qualquer outro problema. Manter contato com um grupo externo, por exemplo, através do Facebook ou um blog pessoal, é muito interessante. Em uma viagem de mototurismo - ou viagem de aventura como alguns também chamam -, o número de fotos e horas de filmagens são enormes: ótimo, pois isso serve de material de análise, além de ser uma das coisas mais gratificantes e prazerosas da viagem. Sempre comento que viajo três vezes: uma no planejamento, uma na aventura e outra na elaboração do material de publicação (blog, fotolivros e DVD).
Quando se está elaborando esse material é importante avaliar tudo que ocorreu, anotar o que não foi feito dentro do projetado e analisar o que deve ser melhorado para a próxima viagem. Um exemplo simples: um dos maiores problemas dos motociclistas é espaço de bagagem, principalmente quando se viaja com garupa. A cada viagem se verifica que levamos mais da metade do que é necessário, por isso, se avaliarmos cada viagem, se consegue otimizar para a próxima. Não precisa usar a mesma roupa íntima quatro dias seguidos ok? Otimizar, não emporcalhar.

Outras virtudes adquiridas:

Paciência e Persistência - Fato que essas virtudes são fundamentais ao mundo dos negócios: não a acomodação, mas a paciência em esperar o melhor momento em agir, seja para lançar um novo produto, fazer uma contratação, uma compra ou algo do gênero. Muitas vezes agimos pelo impulso, e isso não é nada bom.
Para se ter uma ideia, o planejamento de uma viagem grande geralmente é em torno de um ano. No início, controlar essa ansiedade, principalmente quando está ficando cada vez mais perto, é muito difícil. Algumas situações exigem muita paciência, já que vários casos de bloqueio de estradas por obras, fechamento de pasos por causa de nevascas são comuns. Nessas horas, calma e tranquilidade são fundamentais. Com o tempo vamos aprendendo com essas situações e levamos esses aprendizados para nossas empresas, aprendendo a ser menos ansiosos e a esperar o momento certo das decisões.
Igualmente importante é a persistência: nem sempre os caminhos que escolhemos são os mais fáceis; na verdade quase nunca são. Exigem esforços, tempo e energia. A grande maioria desiste nesse caminho. Por isso que o índice de mortalidade de empresas nos primeiros dois anos de negócio é de quase 30% (Brasil, 2012). Quem já foi de moto ou carro até o Ushuaia sabe o quanto é dificil fazer os 1,8 mil quilômetros da Patagônia, com suas retas intermináveis e cansativas com ventos laterais que chegam a incríveis rajadas de 80 quilômetros por hora, mas depois, ao chegar lá e ver a beleza e grandiosidade do destino, percebe-se que tudo valeu a pena.
A abertura de um novo negócio ou produto exige no início o maior esforço, já que até se chegar ao seu ponto de equilíbrio muito esforço e dinheiro são necessários, e isso deve ser previamente planejado. Mas quem persiste colhe seus resultados depois.


Parceria - Nem sempre o melhor caminho é fazer tudo sozinho, aquela história de que "se quer bem feito faça você mesmo" não é realidade nas gestões. Divida os trabalhos, delegue, instrua e gerencie sua equipe. Troque o máximo de informações com seus colaboradores e parceiros. Assim funciona também na estrada, por exemplo, em um grupo existe o ponteiro (vai à frente) e o ferrolho (vai por último); cada um tem suas funções específicas e, se não trabalharem em conjunto, comprometem o grupo todo.

Proatividade - Nada melhor para te forçar a ser proativo do que uma situação imprevista, que deve ser resolvida de forma imediata e sem muitos recursos e pessoas disponíveis naquele momento. Parece desesperador, mas isso é muito comum em uma viagem. Com o tempo vamos aprendendo a lidar com isso e ficando cada vez mais eficazes nessas resoluções. A dica que dou para exercitar essa virtude é manter a calma, pensar com clareza e sem atropelos.

Hoje, quando um parceiro profissional me diz que temos um novo projeto, um grande desafio à frente... Ah, que alegria!.


Graduado em Ciências da Computação (FURB), Especialista em Gestão Empresarial e Marketing (IBES) e MBA em Gestão Estratégica de Factoring (IBES). Empresário administrador de empresa de sistemas de gestão (WBA) a 20 anos e atuou com professor universitário por 9 anos. Motociclista há 8 anos com mais de 62mil km de estrada rodados na América do Sul, incluindo Atacama e Ushuaia.
Pietro Carlo Paladini Sobrinho
www.pietropaladini.com.br
pietro.paladini@wba.com.br



terça-feira, 4 de junho de 2013

Cananéia e Holambra

Feriado de Corpus Christi é uma das datas mais cobiçadas para encontro de grupos de motos, esse ano tinha quatro grupos que acompanho com agenda na data. O BOG que tento ir todos os anos em Campinas/Holambra SP, o VMAS (Viagem de Moto América do Sul) em Cananéia SP e o Potal Big Trails em Nova Friburgo RJ.

Bom, o André Bnu também faz parte do BOG e do VMAS, assim como o Roberto Tadeu que vai onde vamos hehe então pela proximidade e tempo resolvemos participar desses dois.

Milene e as crianças foram para Foz de Iguaçu de carro com o os avós e tios, então fui solo.

O caminho já é velho conhecido exceto pelas cidades que ficamos que foram novidades para mim. Total de 1650km com muitas serras, um pouco de terra e um pouco de areia...

1650km

1120 m.s.n.m

Saímos quinta as 7h eu e o André Bnu para nos encontrar com o Edson Mesadri no Posto Rudnick em Joinville/SC, dali seguimos pela BR 101 sentido Cananéia. Alguns pontos de congestionamento por causa das obras das pontes nos obrigaram a andar no corredor dos caminhões e acostamento, coisa que não me agrada em fazer, mas se ficássemos parados é bem pior.

Edson Mesadri, André Bnu e eu


Parada para o pinhão


Em Jacupiranga se sai da BR para pegar a estrada para Cananéia, entramos na primeira placa de indicava e o caminho era todo de terra, que sorte! A SP 193 é de uma terra bem compactada, tanto que tinha trecho que andamos nos 100 km/h, lugar lindo com mata fechada em alguns pontos.



Cananéia SP 



Cananéia está situada no extremo sul do Litoral Paulista, no centro de um corredor biológico de 110 km que se estende desde a foz do Rio Ribeira em Iguape (SP) até a baia de Paranaguá (PR). Considerada um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica intocada na costa brasileira e um dos maiores berçários de vida marinha do planeta.

A região lagunar-estuarina de Cananéia, conhecida como Lagamar, é uma fantástica coleção das águas de muitos rios, baias e lagoas com o mar e compreende, num só lugar, 4 ecossistemas: mangues, dunas, restingas e a Mata Atlântica. Aí encontram-se inúmeros sítios arqueológicos, os sambaquis, datados entre seis e quatro mil anos, e ruínas do período colonial. Ocupa uma área de 1240 km², sendo 3 km² perímetro urbano, população de 12mil habitantes.


Considerado o segundo município mais antigo do Brasil (1531), perdendo apenas para São Sebastião, fundado poucos meses antes. Atualmente, o Centro Histórico de Cananéia ainda preserva os estilos arquitetônicos adotados pelas primeiras casas desde o período colonial até o final do século XIX. As praias também atraem milhares de pessoas na alta temporada, sendo que na Ilha do Cardoso há várias trilhas e cachoeiras, além de vários sítios arqueológicos.

Balsa para travessia do continente a ilha de Cananéia

Hotel Sol a Sol e Canaéia SP

Almoço, a muqueca veio com o peixe cru três vezes seguida... triste

O grupo estava grande no hotel, umas 150 pessoas, motociclistas muito experientes com muitos milhares de km rodados, diversos países e continentes. A troca de experiências e dicas foi o alto do encontro.
Na sexta foi decidido fazer um passeio, o local escolhido a praia do município de Ilha Comprida, que nos informarem ser o último permitido andar de veículos na areia.

Casebres coloniais típicos

Balsa de Cananéia a Ilha Comprida com o grupo VMAS



60km de areia pela frente




Areia compactada quase como um asfalto






Foto da turma VMAS (parcial, nem todos foram ao passeio)

Roberto retocando a maquiagem...

A previsão era chuva durante quase todo o feriado, saímos de Blumenau com tempo seco, sexta dia seco, sábado mais lindo ainda... Bem cedo partimos em direção a Campinas e Holambra onde participamos do encontro com o BOG e revemos os amigos do Soy Loco.



Parada obrigatória no El Caminito onde uma chilena faz as deliciosas empanadas, bom demais. Fica no meio da Serra de Juquiá / Piedade.


Tucanos

Depois de Piedade, quase em Sorocaba o pneu do Roberto furou. Injetamos um tubo de selante que deu 20 libras de pressão, suficiente para chegar a borracharia poucos metros a frente. Um macarrão e tudo resolvido... vantagens do pneu sem câmara, o meu já daria um trabalho maior.


Fomos direto ao hotel Solar das Andorinhas onde encontramos com o pessoal do BOG e com os amigos do Soy Loco (casal Stardust, Yamada e Antonieta). Lá almoçamos e tiramos uma foto com o pessoal.

Grupo BOG

Star aplaudindo a vadiagem do André Bnu

Dali seguimos para a charmosa Holambra, que muito lembra Pomerode.

Maior moinho do Brasil

Holambra SP

Fundada pela imigração holandesa ao Brasil, resultante da busca de novos horizontes, após a 2º Guerra Mundial, fizeram um acordo com o Brasil – um dos poucos países a aceitar a imigração coletiva, que abriu as portas para a entrada de grupos holandeses no país, hoje com 10mil habitantes.

Assim, em 1948 foi fundada a Cooperativa Agropecuária de Holambra, na Fazenda Ribeirão, situada entre os Municípios de Jaguariúna, Santo Antonio de Posse, Artur Nogueira e Cosmópolis situadas no Interior Paulista.

Usando a experiência trazida da Holanda, deu-se inicio a atividade rural. Os 5000 Hectares da Fazenda foram divididos em lotes e distribuídos aos cooperados, mediante ao compromisso de se desenvolver qualquer atividade produtiva. Com a não adaptação do gado holandês subjugado pelo clima e pelas doenças tropicais, optou-se pela lavoura diversificada e pela criação de porcos e galinhas já aclimatizados.

A estrutura agrícola hoje forte,  especialmente no segmento de floricultura, a base econômica da cidade. O sistema de comercialização, realizado através do leilão no Veilling Holambra, e um dos mais sofisticados do mundo e escoa a maior produção de flores e plantas ornamentais da América Latina.

Nosso guarda motos oficial

mecanismo do moinho

Casal Star, Yamada, Antonieta, eu e André Bnu



café da tarde

Aqui aproveitamos para trocar umas idéias e definir o roteiro final da viagem ao Peru.


Jantamos no centro da cidade, escolhemos um prato típico que é absolutamente igual ao alemão (eisbein, kassler, salsichas e purê de maçã). Tomamos também além de algumas cervejas holandesas a Schornstein de Pomerode SC que tem uma fábrica lá em Holambra. Como sempre bom papo e muitas risadas.


De manhã cedo tomamos um café caprichado no Hotel Shellter (administrado pela simpática dona holandesa), destaque especial para a torta de maçã. Após se despedir do casa Stardust tocamos para casa, no início com céu parcialmente nublado apenas, mas perto de Sorocaba caiu uma água legal, uns 30 minutos de muita água. Depois foi parando a chuva e ficando apenas chuvisco e pista molhada, que nos acompanhou até o final da Serra, em Juquiá SP.


Novamente fizemos uma parada no El Caminito, para comer umas empanadas, o almoço do dia. a foto acima é da ida, tinha sol, na volta estava ainda chovendo ali.
Roberto separou da gente em Juquiá e seguiu para Peruíbe e nós seguimos já sem chuva com tempo seco até Blumenau, onde chegamos pelas 17h30.

Joinville SC

Feriado muito legal, novas emoções, novas estradas, muitos novos amigos, para que mais ???